segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Karl Marx mais que atual

Karl Marx
mais que atual...
http://www.sinpermiso.info/#

La crisis del capitalismo y la
importancia actual de Marx
150 años después de los Grundrisse.

Uma tradução dessa entrevista
para o português foi publicada no
jornal: BRASIL DE FATO
http://www3.brasildefato.com.br/v01/agencia/entrevistas/a-crise-do-capitalismo-e-a-importancia-atual-de-marx

A crise do capitalismo e a importância atual de Marx
Em entrevista, o historiador Eric Hobsbawm analisa a atualidade da obra de Karl Marx e o renovado interesse que vem despertando nos últimos anos, mais ainda agora após a nova crise de Wall Street
30/09/2008
Marcelo Musto,
Sin Permiso

“Marx não regressará como uma inspiração política para a esquerda até que se compreenda que seus escritos não devem ser tratados como programas políticos, mas sim como um caminho para entender a natureza do desenvolvimento capitalista”. A análise é de Eric Hobsbawm, considerado um dos maiores historiadores vivos.

Em entrevista, Hobsbawm analisa a atualidade da obra de Karl Marx e o renovado interesse que vem despertando nos últimos anos, mais ainda agora após a nova crise de Wall Street. E fala sobre a necessidade de voltar a ler o pensador alemão.

Hobsbawm é presidente do Birbeck College (London University) e professor emérito da New School for Social Research (Nova Iorque). Entre suas muitas obras, encontra-se a trilogia acerca do “longo século XIX”: “A Era da Revolução: Europa 1789-1848” (1962); “A Era do Capital: 1848-1874” (1975); “A Era do Império: 1875-1914 (1987) e o livro “A Era dos Extremos: o breve século XX, 1914-1991 (1994), todos traduzidos em vários idiomas.

Sin Permiso - Duas décadas depois de 1989, quando foi apressadamente relegado ao esquecimento, Karl Marx regressou ao centro das atenções. Livre do papel de intrumentum regni que lhe foi atribuído na União Soviética e das ataduras do “marxismo-leninismo”, não só tem recebido atenção intelectual pela nova publicação de sua obra, como também tem sido objeto de crescente interesse. Em 2003, a revista francesa Nouvel Observateur dedicou um número especial a Marx, com um título provocador: “O pensador do terceiro milênio?”. Um ano depois, na Alemanha, em uma pesquisa organizada pela companhia de televisão ZDF para estabelecer quem eram os alemães mais importantes de todos os tempos, mais de 500 mil espectadores votaram em Karl Marx, que obteve o terceiro lugar na classificação geral e o primeiro na categoria de “relevância atual”. Em 2005, o semanário alemão Der Spiegel publicou uma matéria especial que tinha como título “Ein Gespenst Kehrt zurük” (A volta de um espectro), enquanto os ouvintes do programa “In Our Time” da rádio 4, da BBC, votavam em Marx como o maior filósofo de todos os tempos. Em uma conversa com Jacques Attali, recentemente publicada, você disse que, paradoxalmente, “são os capitalistas, mais que outros, que estão redescobrindo Marx” e falou também de seu assombro ao ouvir da boca do homem de negócios e político liberal, George Soros, a seguinte frase: “Ando lendo Marx e há muitas coisas interessantes no que ele diz”. Ainda que seja débil e mesmo vago, quais são as razões para esse renascimento de Marx? É possível que sua obra seja considerada como de interesse só de especialistas e intelectuais, para ser apresentada em cursos universitários como um grande clássico do pensamento moderno que não deveria ser esquecido? Ou poderá surgir no futuro uma nova “demanda de Marx”, do ponto de vista político?
Eric Hobsbawm - Há um indiscutível renascimento do interesse público por Marx no mundo capitalista, com exceção, provavelmente, dos novos membros da União Européia, do leste europeu. Este renascimento foi provavelmente acelerado pelo fato de que o 150° aniversário da publicação do Manifesto Comunista coincidiu com uma crise econômica internacional particularmente dramática em um período de uma ultra-rápida globalização do livre-mercado. Marx previu a natureza da economia mundial no início do século 21, com base na análise da “sociedade burguesa”, cento e cinqüenta anos antes. Não é surpreendente que os capitalistas inteligentes, especialmente no setor financeiro globalizado, fiquem impressionados com Marx, já que eles são necessariamente mais conscientes que outros sobre a natureza e as instabilidades da economia capitalista na qual eles operam.

A maioria da esquerda intelectual já não sabe o que fazer com Marx. Ela foi desmoralizada pelo colapso do projeto social-democrata na maioria dos estados do Atlântico Norte, nos anos 1980, e pela conversão massiva dos governos nacionais à ideologia do livre mercado, assim como pelo colapso dos sistemas políticos e econômicos que afirmavam ser inspirados por Marx e Lênin. Os assim chamados “novos movimentos sociais”, como o feminismo, tampouco tiveram uma conexão lógica com o anti-capitalismpo (ainda que, individualmente, muitos de seus membros possam estar alinhados com ele) ou questionaram a crença no progresso sem fim do controle humano sobre a natureza que tanto o capitalismo como o socialismo tradicional compartilharam. Ao mesmo tempo, o “proletariado”, dividido e diminuído, deixou de ser crível como agente histórico da transformação social preconizada por Marx.

Devemos levar em conta também que, desde 1968, os mais proeminentes movimentos radicais preferiram a ação direta não necessariamente baseada em muitas leituras e análises teóricas. Claro, isso não significa que Marx tenha deixado de ser considerado como um grande clássico e pensador, ainda que, por razões políticas, especialmente em países como França e Itália, que já tiveram poderosos Partidos Comunistas, tenha havido uma apaixonada ofensiva intelectual contra Marx e as análises marxistas, que provavelmente atingiu seu ápice nos anos oitenta e noventa. Há sinais agora de que a água retomará seu nível.


Ao longo de sua vida, Marx foi um agudo e incansável investigador, que percebeu e analisou melhor do que ninguém em seu tempo o desenvolvimento do capitalismo em escala mundial. Ele entendeu que o nascimento de uma economia internacional globalizada era inerente ao modo capitalista de produção e previu que este processo geraria não somente o crescimento e prosperidade alardeados por políticos e teóricos liberais, mas também violentos conflitos, crises econômicas e injustiça social generalizada. Na última década, vimos a crise financeira do leste asiático, que começou no verão de 1997; a crise econômica Argentina de 1999-2002 e, sobretudo, a crise dos empréstimos hipotecários que começou nos Estados Unidos em 2006 e agora tornou-se a maior crise financeira do pós-guerra. É correto dizer, então, que o retorno do interesse pela obra de Marx está baseado na crise da sociedade capitalista e na capacidade dele ajudar a explicar as profundas contradições do mundo atual?
Se a política da esquerda no futuro será inspirada uma vez mais nas análises de Marx, como ocorreu com os velhos movimentos socialistas e comunistas, isso dependerá do que vai acontecer no mundo capitalista. Isso se aplica não somente a Marx, mas à esquerda considerada como um projeto e uma ideologia política coerente. Posto que, como você diz corretamente, a recuperação do interesse por Marx está consideravelmente – eu diria, principalmente – baseado na atual crise da sociedade capitalista, a perspectiva é mais promissora do que foi nos anos noventa. A atual crise financeira mundial, que pode transformar-se em uma grande depressão econômica nos EUA, dramatiza o fracasso da teologia do livre mercado global descontrolado e obriga, inclusive o governo norte-americano, a escolher ações públicas esquecidas desde os anos trinta.

As pressões políticas já estão debilitando o compromisso dos governos neoliberais em torno de uma globalização descontrolada, ilimitada e desregulada. Em alguns casos, como a China, as vastas desigualdades e injustiças causadas por uma transição geral a uma economia de livre mercado, já coloca problemas importantes para a estabilidade social e mesmo dúvidas nos altos escalões de governo. É claro que qualquer “retorno a Marx” será essencialmente um retorno à análise de Marx sobre o capitalismo e seu lugar na evolução histórica da humanidade – incluindo, sobretudo, suas análises sobre a instabilidade central do desenvolvimento capitalista que procede por meio de crises econômicas auto-geradas com dimensões políticas e sociais. Nenhum marxista poderia acreditar que, como argumentaram os ideólogos neoliberais em 1989, o capitalismo liberal havia triunfado para sempre, que a história tinha chegado ao fim ou que qualquer sistema de relações humanas possa ser definitivo para todo o sempre.


Você não acha que, se as forças políticas e intelectuais da esquerda internacional, que se questionam sobre o que poderia ser o socialismo do século 21, renunciarem às idéias de Marx, estarão perdendo um guia fundamental para o exame e a transformação da realidade atual?
Nenhum socialista pode renunciar às idéias de Marx, na medida que sua crença em que o capitalismo deve ser sucedido por outra forma de sociedade está baseada, não na esperança ou na vontade, mas sim em uma análise séria do desenvolvimento histórico, particularmente da era capitalista. Sua previsão de que o capitalismo seria substituído por um sistema administrado ou planejado socialmente parece razoável, ainda que certamente ele tenha subestimado os elementos de mercado que sobreviveriam em algum sistema pós-capitalista.

Considerando que Marx, deliberadamente, absteve-se de especular acerca do futuro, não pode ser responsabilizado pelas formas específicas em que as economias “socialistas” foram organizadas sob o chamado “socialismo realmente existente”. Quanto aos objetivos do socialismo, Marx não foi o único pensador que queria uma sociedade sem exploração e alienação, em que os seres humanos pudessem realizar plenamente suas potencialidades, mas foi o que expressou essa idéia com maior força e suas palavras mantêm seu poder de inspiração.

No entanto, Marx não regressará como uma inspiração política para a esquerda até que se compreenda que seus escritos não devem ser tratados como programas políticos, autoritariamente ou de outra maneira, nem como descrições de uma situação real do mundo capitalista de hoje, mas sim como um caminho para entender a natureza do desenvolvimento capitalista. Tampouco podemos ou devemos esquecer que ele não conseguiu realizar uma apresentação bem planejada, coerente e completa de suas idéias, apesar das tentativas de Engels e outros de construir, a partir dos manuscritos de Marx, um volume II e III de “O Capital”. Como mostram os “Grundrisse”, aliás. Inclusive, um Capital completo teria conformado apenas uma parte do próprio plano original de Marx, talvez excessivamente ambicioso.

Por outro lado, Marx não regressará à esquerda até que a tendência atual entre os ativistas radicais de converter o anti-capitalismo em anti-globalização seja abandonada. A globalização existe e, salvo um colapso da sociedade humana, é irreversível. Marx reconheceu isso como um fato e, como um internacionalista, deu as boas vindas, teoricamente. O que ele criticou e o que nós devemos criticar é o tipo de globalização produzida pelo capitalismo.


Um dos escritos de Marx que suscitaram o maior interesse entre os novos leitores e comentadores são os “Grundrisse”. Escritos entre 1857 e 1858, os “Grundrisse” são o primeiro rascunho da crítica da economia política de Marx e, portanto, também o trabalho inicial preparatório do Capital, contendo numerosas reflexões sobre temas que Marx não desenvolveu em nenhuma outra parte de sua criação inacabada. Por que, em sua opinião, estes manuscritos da obra de Marx, continuam provocando mais debate que qualquer outro texto, apesar do fato dele tê-los escrito somente para resumir os fundamentos de sua crítica da economia política? Qual é a razão de seu persistente interesse?
Desde o meu ponto de vista, os ''Grundrisse'' provocaram um impacto internacional tão grande na cena marxista intelectual por duas razões relacionadas. Eles permaneceram virtualmente não publicados antes dos anos cinqüenta e, como você diz, contendo uma massa de reflexões sobre assuntos que Marx não desenvolveu em nenhuma outra parte. Não fizeram parte do largamente dogmatizado corpus do marxismo ortodoxo no mundo do socialismo soviético. Mas não podiam simplesmente ser descartados. Puderam, portanto, ser usados por marxistas que queriam criticar ortodoxamente ou ampliar o alcance da análise marxista mediante o apelo a um texto que não podia ser acusado de herético ou anti-marxista. Assim, as edições dos anos setenta e oitenta, antes da queda do Muro de Berlim, seguiram provocando debate, fundamentalmente porque nestes escritos Marx coloca problemas importantes que não foram considerados no “Capital”, como por exemplo as questões assinaladas em meu prefácio ao volume de ensaios que você organizou (Karl Marx's Grundrisse. Foundations of the Critique of Political Economy 150 Years Later).


No prefácio deste livro, escrito por vários especialistas internacionais para comemorar o 150° aniversário de sua composição, você escreveu: “Talvez este seja o momento correto para retornar ao estudo dos “Grundrisse”, menos constrangidos pelas considerações temporais das políticas de esquerda entre a denúncia de Stalin, feita por Nikita Khruschev, e a queda de Mikhail Gorbachev”. Além disso, para destacar o enorme valor deste texto, você diz que os “Grundrisse” “trazem análise e compreensão, por exemplo, da tecnologia, o que leva o tratamento de Marx do capitalismo para além do século 19, para a era de uma sociedade onde a produção não requer já mão-de-obra massiva, para a era da automatização, do potencial de tempo livre e das transformações do fenômeno da alienação sob tais circunstâncias. Este é o único texto que vai, de alguma maneira, mais além dos próprios indícios do futuro comunista apontados por Marx na “Ideologia Alemã”. Em poucas palavras, esse texto tem sido descrito corretamente como o pensamento de Marx em toda sua riqueza. Assim, qual poderia ser o resultado da releitura dos “Grundrisse” hoje?
Não há, provavelmente, mais do que um punhado de editores e tradutores que tenham tido um pleno conhecimento desta grande e notoriamente difícil massa de textos. Mas uma releitura ou leitura deles hoje pode ajudar-nos a repensar Marx: a distinguir o geral na análise do capitalismo de Marx daquilo que foi específico da situação da sociedade burguesa na metade do século XIX. Não podemos prever que conclusões podem surgir desta análise. Provavelmente, somente podemos dizer que certamente não levarão a acordos unânimes.


Para terminar, uma pergunta final. Por que é importante ler Marx hoje?
Para qualquer interessado nas idéias, seja um estudante universitário ou não, é patentemente claro que Marx é e permanecerá sendo uma das grandes mentes filosóficas, um dos grandes analistas econômicos do século 19 e, em sua máxima expressão, um mestre de uma prosa apaixonada. Também é importante ler Marx porque o mundo no qual vivemos hoje não pode ser entendido sem levar em conta a influência que os escritos deste homem tiveram sobre o século 20. E, finalmente, deveria ser lido porque, como ele mesmo escreveu, o mundo não pode ser transformado de maneira efetiva se não for entendido. Marx permanece sendo um soberbo pensador para a compreensão do mundo e dos problemas que devemos enfrentar.

(Tradução: Marco Aurélio Weissheimer da Agência Carta Maior)

INDIE 2008 TRAZ OLHAR CONTEMPORÂNEO ATRAVÉS DO CINEMA INDEPENDENTE

A mostra, nesta oitava edição, apresentará
de 130 filmes nacionais e internacionais
em Belo Horizonte, 70 inéditos no país.

O futuro pode estar começando agora. O cinema não é uma arte simples e pode, ao mesmo tempo, ser popular e hermético, entreter, incomodar, ser leve ou difícil. Este cinema múltiplo, tão amplo e rico de possibilidades, e direcionado para o futuro estará em exibição em Belo Horizonte entre os dias 09 e 16 de outubro. Há oito anos, o INDIE – MOSTRA DE CINEMA MUNDIAL encontrou seu espaço na cidade, desde 2001, foram 150.000 espectadores, 981 filmes exibidos, em 1.427 sessões gratuitas.

O INDIE 2008 exibirá 134 filmes, sendo 72 inéditos no Brasil, e será inteiramente dedicado ao cinema contemporâneo de 17 países. Serão 121 sessões, todas com entrada franca.

Nesta oitava edição, a programação do INDIE 2008 apresenta seções dedicadas as últimas novidades que vêm do cinema realizado no Japão, Alemanha e França. O Nippon Connection on Tour é um amplo espaço para assistir ao audiovisual japonês jovem e atual; para entender qual o movimento que acontece hoje no cinema alemão é preciso ver os filmes da Nova Escola de Berlim; e as esperanças francesas estão nos seus diretores dos primeiros filmes. Mas o INDIE é também a Mostra Mundial, com seus lançamentos, estréias e expoentes do cinema internacional de 12 países; o Indie Brasil com uma geração autoral de realizadores brasileiros; e o Música do Underground que traz os mais importantes documentários sobre música do ano.

Destaques de cada um dos 7 programas:

[MOSTRA MUNDIAL] Está subdividida em duas seções - Novos Diretores/ Novos Filmes e Première - traz ao todo 29 filmes, de 12 países.> A Novos Diretores/ Novos Filmes representa o conceito curatorial principal do INDIE ao selecionar 15 filmes inéditos no país, de uma nova geração de cineastas. Apresentar estes novos diretores, da cena ficcional e documental, e tornar possível que estes filmes sejam conhecidos no país é um dos objetivos do INDIE. Vale destacar: Anywhere USA, de Chusy Haney-Jardine, Prêmio Especial do Júri no Sundance (2008); o inglês Como Ser, de Oliver Irving, Menção Honrosa do Júri no Slamdance Film Festival (2008); Loren Cass, de Chris Fuller que vem de uma carreira de dezenas de festivais internacionais; ou o oportunista dos documentários políticos como A Ameaça - que acompanha o polêmico Hugo Chávez e o povo venezuelano.> Já na seção Première, estão 14 filmes em pré-estréia. O INDIE adianta o lançamento dos filmes que chegarão ao circuito comercial: importantes nomes do cinema europeu como A Fronteira da Alvorada, de Philippe Garrel; e O Silêncio de Lorna, dos irmãos Dardenne; as produções asiáticas como o filme chinês Destino Traçado, de Conrad Clark, e o indonésio A Fotografia; além do cinema americano independente como Hannah Takes The Stairs, de Joe Swanberg.

[INDIE BRASIL] Quatro documentários e dois filmes de ficção estão no programa dedicado à produção nacional recente. O diretor Eryk Rocha apresenta Pachamama, um registro da sua viagem pela América Latina; o videoartista Carlos Nader exibe seu filme-homenagem ao cativante Waly Salomão em Pan-Cinema Permanente; a estréia do mineiro Gibi Cardoso na direção em Tomba Homem; e a pré-estréia do documentário da paulista Carla Gallo, O Aborto dos Outros. Para completar, duas ficções bem diferentes: o paulista Marcelo Galvão apresenta o já polêmico Rinha; e o cinema do cearense Petrus Cariry em O Grão. Como complemento às exibições do Indie Brasil, os diretores brasileiros estarão nos dias 10 e 11 discutindo o processo de criação na série Diálogos Independentes que terá mediação do jornalista Cássio Starling. (veja programação abaixo).

[NIPPON CONNECTION ON TOUR] O audiovisual japonês jovem e contemporâneo é a característica da programação apresentada no Nippon Connection Film Festival. Realizado há oito anos na Alemanha, em Frankfurt, o festival é responsável por promover um intercâmbio com o novo cinema japonês e apresentá-lo também em outros países. É a primeira vez que é exibido no Brasil. A curadoria apresentada no Indie 2008 é focada em obras digitais e que apresentam idéias autorais em animação, video-arte, documentários, longas de ficção e curtas. São 49 obras, sendo 4 longas e 45 curtas divididos em 6 programas. Programa realizado com o apoio da Fundação Japão.

[MÚSICA DO UNDERGROUND] Dedicado aos documentários sobre música, o foco este ano são os artistas. Dos músicos solitários do filme inglês Uma Banda de um Homem Só, às figuras emblemáticas de Arthur Russell e Gary Wilson, passando pelos artistas sobreviventes da região do Tsunami, na Ásia, do filme Laya Project. Um dos mais badalados documentários deste ano, Combinação Selvagem: Um Retrato de Arthur Russell traz toda a importância da obra desse músico reconhecido na cena erudita, experimental e disco. Já o filme, Você Acha Que Me Conhece Realmente, de Michael Wolk, tenta entender como um artista como Gary Wilson faz um disco memorável e desaparece. O programa traz também o documentário sobre a banda Joy Division, e os jovens de Reno, EUA, que puderam filmar e acompanhar os bastidores do show da banda Sonic Youth.

[PREMIERS FILMS] Numa edição na qual o INDIE está focado no cinema contemporâneo e na nova geração de diretores não poderia faltar um programa dedicado aos primeiros filmes. São cinco cineastas estreantes vindos do sólido cinema francês. Destaque para os filmes que estarão estreando no país: Tudo Perdoado, da ex-crítica da Cahiers du Cinéma, Mia Hansen-Love, que foi exibido na Quinzena dos Realizadores de Cannes (2008); e 7 anos, de Jean-Pascal Hattu que participou de diversos festivais tais como Veneza, Roterdã, Toronto e San Francisco.

[NOVA ESCOLA DE BERLIM] Um novo movimento surge em 2001 no cinema alemão. Alguns começam a chamá-lo de “Nova Escola de Berlim”, mas críticos alemães arriscam e o catalogam como “Nouvelle Vague Alemã”. Três novos diretores fazem parte do início desta “nova onda”: Angela Schanelec, Thomas Arslan e Christian Petzold. Todos estudaram na dffb (Deutsche Film und Fernsehakademie Berlin) com artistas importantes como Harun Farocki. A filosofia da Escola se consagra no espírito indie: muita energia e baixo orçamento. Serão exibidos 5 filmes importantes dessa nova onda como Entardecer, de Angela Schanelec; Fantasmas, de Christian Petzold; e Bangalô, de Ulrich Köhler.

[CINEMA DE GARAGEM] O INDIE abre espaço ao vídeo autoral brasileiro. São 34 curtas – divididos pelos temas Sonhos, Gravidade, Caracteres, Inclassificáveis - realizados de forma independente, num programa que teve curadoria do artista Dellani Lima. O vídeo brasileiro, lírico, poético, punk e documental.

O INDIE 2008 acontecerá no Cine Humberto Mauro e nas 4 salas do Usina Unibanco de Cinema. Os ingressos estarão disponíveis nas bilheterias dos cinemas, 30 minutos antes de cada sessão (não há entrega antecipada).