segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Perfil do Jornalista Brasileiro



Pesquisa de Perfil do Jornalista Brasileiro abre questionário

Está aberto o questionário da pesquisa Perfil do Jornalista Brasileiro. Você pode participar e preencher o questionário clicando aqui. Os resultados obtidos com a participação espontânea dos profissionais serão comparados a dados colhidos por telefone ou email junto a 1.102 jornalistas, uma amostra selecionada entre mais de 92 mil nomes de registrados em funções jornalísticas, em relações fornecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Agradecemos pela colaboração!

Survey para traçar o perfil dos jornalistas começou em setembro

A partir de 15 de setembro, os jornalistas brasileiros participam do mais amplo levantamento sobre o perfil da profissão já feito no país, respondendo um questionário detalhado disponível na internet. O projeto de pesquisa, do Núcleo de Estudos sobre Transformações no Mundo do Trabalho da Universidade Federal de Santa Catarina (TMT/UFSC) tem o apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) e da Associação Brasileira de Pesquisadores do Jornalismo (SBPJor).
Os resultados obtidos com a participação espontânea dos profissionais serão comparados aos dados colhidos junto a 2.204 jornalistas, uma amostra selecionada entre mais de 92 mil nomes de registrados em funções jornalísticas, em relações fornecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. É a primeira vez que se realiza uma pesquisa com jornalistas baseada em amostragem estratificada.
“O uso de internet para a realização de pesquisas quantitativas ainda é recente”, observa o coordenador da pesquisa, o professor Jacques Mick, do Departamento de Sociologia e Ciência Política da UFSC. “Não temos como saber, a priori, se a participação espontânea dos jornalistas com acesso à internet corresponderá à distribuição do conjunto da categoria. Por isso, optamos por comparar os dados obtidos por meio de duas estratégias distintas de pesquisa”, explica.
A equipe de pesquisa, formada por professores e alunos de graduação, mestrado e doutorado, desenvolverá ações de divulgação do link para o questionário por email, redes sociais e sites de notícias. Fenaj, FNPJ e SBPJor ajudarão a divulgar o calendário de pesquisa.  Os jornalistas registrados que integram o plano amostral serão localizados pela internet ou por telefone e convidados a participar.

Brasil tem 145 mil jornalistas registrados

O número de jornalistas com registro profissional no Brasil mais que dobrou na primeira década de 2000, em relação aos 20 anos anteriores, e alcançou 145 mil em dezembro de 2011. A estimativa é do projeto de pesquisa “Perfil profissional do jornalismo brasileiro”, que teve acesso a duas relações de registrados, fornecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com 92 mil nomes ao todo.
O total refere-se à soma de duas estimativas: a primeira delas calculou em 52,9 mil o volume de registros em funções jornalísticas no Brasil efetuados entre 1980 e 2000; a segunda avaliou em 92,5 mil o número de trabalhadores que obtiveram registro entre 2000 e 2011. As estimativas são inevitáveis porque um sistema digital de controle dos dados só foi adotado pelo Ministério em meados dos anos 2000, com ritmos de implantação distintos de estado a estado.
Para a projeção dos registros feitos antes de 2000, adotou-se como base a numeração inicial dos registros por estado, na primeira menção indicada numa relação de registrados entre 2000 e 2011 fornecida pelo MTE. Como em praticamente todos os estados os registros são efetuados em ordem numérica, estimou-se que, desde o início dos registros até o princípio dos anos 2000, haviam sido registrados 84,5 mil jornalistas no país. Nessa relação, com 22,8 mil nomes, foi analisada a distribuição percentual dos registros por década, a partir de 1930, e traçada uma linha de corte em 1980, entendendo que seriam exceções os casos de profissionais com mais de 30 anos de exercício (de 1980 a 2010). Constatou-se que 32,23% tinham se registrado nos anos 1980 e 30,40%, nos anos 1990: aplicados os índices à estimativa de total de registros, chegou-se ao número de 52,9 mil registros efetuados entre 1980 e o início dos anos 2000.
A listagem de registrados entre 2000 e 2011, embora mais completa que a anterior, também não contém todos os nomes. Assim, a equipe de pesquisa avaliou estado por estado a distribuição dos nomes e números de registros, para identificar as variações e projetar em 92,5 mil o total aproximado de jornalistas registrados no país durante esses 12 anos.

Amostragem
Com base nas listas de registrados, a equipe do projeto colheu uma amostra aleatória, com 2.204 nomes, que, de setembro a dezembro deste ano, serão localizados e convidados a responder um questionário publicado na internet, destinado a traçar o perfil da categoria. O questionário é de acesso livre a qualquer jornalista interessado em participar do levantamento. Os resultados da amostra serão comparados ao conjunto das respostas.

Categoria
O número de registrados é uma aproximação às dimensões atuais da categoria. As próximas etapas do projeto de pesquisa permitirão depurar, do total de registrados, os trabalhadores que continuam a atuar como jornalistas. Além desses, a pesquisa de perfil, com questionário  aberto via internet, poderá permitir a estimativa de quantos jornalistas atuam sem registro profissional (com ou sem formação específica em Jornalismo). Só então será possível ter uma dimensão mais precisa de quantos são os jornalistas brasileiros.

Etapa I – Quantos são os jornalistas brasileiros?

Aqui você encontra mais informações sobre o projeto de pesquisa Perfil Profissional do Jornalismo Brasileiro, coordenada por professores do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da UFSC, do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC e da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília.
O site está dividido em tópicos, nos quais você poderá ter aceso aos detalhes do Projeto (Objetivos, Metodologia, Justificativa, Problemática e Revisão Bibliográfia e Equipe), aos dados recolhidos e quantificados (Egressos, Registrados, Sindicalizados e Resultados) e ao Questionário que será aplicado aos jornalistas brasileiros no segundo semestre de 2012.


Publicado em:  http://perfildojornalista.ufsc.br/

SIP, uma ameaça à liberdade de expressão e à democracia



A 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), realizada de 12 a 17 de outubro, em São Paulo, mostrou mais uma vez que essa entidade, que na prática funciona como um sindicato dos donos dos grandes conglomerados de comunicação, representa hoje uma das mais graves ameaças à liberdade de expressão na América Latina. A SIP e seus dirigentes, aliás, têm uma longa e sólida ficha corrida de serviços prestados à violação de liberdades e de apoio a governos golpistas na região. Editorial da Carta Maior.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Boas razões para a presidenta Dilma não ter ido à SIP


As famílias que controlam os meios de comunicação na região, sem aliados importantes além dos Estados Unidos, ambicionavam aval implícito de Dilma Rousseff para sua ofensiva contra políticas de democratização e regulação levadas a cabo por diversos governos progressistas. Estes veículos, mais recentemente, apoiaram o golpe contra o presidente Hugo Chávez (2002), a derrocada do hondurenho Manuel Zelaya (2009) e o afastamento ilegal do paraguaio Fernando Lugo (2012). Funcionam como uma aliança intercontinental do conservadorismo. O artigo é de Breno Altman.

(*) Artigo publicado originalmente no Opera Mundi

O dirigente do Grupo Estado, Júlio César Mesquita, não escondeu sua frustração. Diante da cadeira vazia na cerimônia de abertura da 68ª Assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa, comparou a atitude da atual presidente a de seus antecessores, Ernesto Geisel e Fernando Collor, nos dois convescotes da agremiação anteriormente por aqui realizados.

A comparação pode ser estapafúrdia, mas o rancor tem sua razão de ser. As famílias que controlam os meios de comunicação na região, sem aliados importantes além dos Estados Unidos, ambicionavam aval implícito de Dilma Rousseff para sua ofensiva contra políticas de democratização e regulação levadas a cabo por diversos governos progressistas.

Apesar de sua administração manter intactos os privilégios dos monopólios de imprensa, a presidente pode ter sido eloquente ao dar silencioso bolo no evento dos marajás da informação. Como não foram tornados públicos os motivos dessa decisão, é natural que provoquem especulações. Uma abordagem possível remete à trajetória da associação. A SIP, afinal, congrega a fatia mais ativa e influente das elites continentais, com expressiva folha de serviços prestados às ditaduras.

Fundada nos EUA em 1946, a entidade teve papel fundamental durante a Guerra Fria. Empenhou-se com afinco a etiquetar como “antidemocráticos” os governos latino-americanos que não se alinhavam com a Casa Branca. Constituiu-se em peça decisiva do clima psicológico que antecedeu levantes militares no continente entre os anos 60 e 80.

Entre seus membros mais proeminentes, por exemplo, está o diário chileno El Mercurio, comprometido até a medula com a derrubada do presidente constitucional Salvador Allende, em 1973, e a ditadura do general Augusto Pinochet. Outros grupos filiados são os argentinos La Nación e El Clarín, apoiadores de primeira hora do sanguinário golpe de 1976.

A lista é longa. O vetusto matutino da família Mesquita, O Estado de S.Paulo, também foi adepto estridente das fileiras anticonstitucionais, clamando e aplaudindo, em 1964, complô contra o presidente João Goulart. Mas não foi atitude solitária: outras empresas brasileiras de comunicação, igualmente inscritas na SIP, seguiram a mesma trilha.

Seus feitos, porém, não fazem parte apenas da história. Estes veículos, mais recentemente, apoiaram o golpe contra o presidente Hugo Chávez (2002), a derrocada do hondurenho Manuel Zelaya (2009) e o afastamento ilegal do paraguaio Fernando Lugo (2012). Funcionam, a bem da verdade, como uma aliança intercontinental do conservadorismo.

Às vésperas das eleições de 2010, em julho, o então presidente da SIP, Alejandro Aguirre, afirmou que Lula “não poderia ser chamado de democrata” e o incluiu entre os líderes que “se beneficiam de eleições livres para destruir as instituições democráticas”. Seu objetivo era evidente: como porta-voz dos barões da mídia, queria colaborar no esforço de guerra contra a condução de Dilma Rousseff, pelo sufrágio popular, ao Palácio do Planalto.

A SIP, no entanto, vai além de movimentos pontuais, ainda que constantes, para a desestabilização das experiências de esquerda. Trata-se de um laboratório para estratégias de terceirização política dos Estados nacionais, na qual as corporações privadas de imprensa ditam a agenda, articulam-se com esferas do poder público e se consolidam como partidos orgânicos da oligarquia.

Diante deste inventário de símbolos e realizações, fez bem a presidente ao se recusar a emprestar o prestígio de seu mandato e a honradez de sua biografia. Ainda mais em um momento no qual sócios nacionais da associação animam julgamento de exceção contra dirigentes históricos de seu partido e integrantes de proa do governo Lula.

Oxalá esse gesto possa dar início a uma batalha firme pela democratização da imprensa e a adoção de marco regulatório que rompa com o feudalismo midiático.

(*) Breno Altman é diretor do site Opera Mundi e da revista Samuel

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Contraponto à assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP)

De 12 a 16 de outubro, no Hotel Renaissance, na região da Avenida Paulista, ocorrerá a 68ª assembleia geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) - que retorna ao Brasil após onze anos. Esta entidade reúne os principais barões da mídia do continente e é uma inimiga declarada de qualquer avanço na democratização dos meios de comunicação. O evento servirá de palanque para ataques contra as mudanças legislativas que ocorrem na região, sempre com o falacioso pretexto da defesa da liberdade de expressão. Na prática, a SIP defende a liberdade dos monopólios e é contra a verdadeira liberdade de expressão. Entre os convidados brasileiros, estão previstas as participações do ex-presidente FHC e - pasmem, da presidenta Dilma Rousseff. Não podemos nos omitir diante deste evento continental. É preciso organizar um contraponto às posições da SIP e em defesa da democratização da comunicação na região. Para definir que iniciativas devemos tomar, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e a Frente Paulista pelo Direito à Comunicação e pela Liberdade de Expressão (Frentex) está chamando para uma reunião preparatória para esta quarta-feira (3), às 18 horas, na sede do Centro de Estudos Barão de Itararé (Rua Rego Freitas, 454 - 1º andar - conj. 13, República - São Paulo/SP). Participe. Ajude a espalhar este convite.