quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

E SE DILMA...


(O texto é longo porque é grande o número de ladrões)
 
E se Dilma tivesse vendido uma estatal, avaliada em mais de 100 bilhões, por 3,6 bilhões, como FHC (PSDB) fez com a Cia Vale do Rio Doce?
 
E se Dilma tivesse construído dois aeroportos, com dinheiro público, em fazendas da família, como fez Aécio Neves(PSDB)?
 
E se Dilma estivesse na lista de Furnas, junto com FHC, Geraldo Alkimin, José Serra, Aécio Neves (todos do PSDB)... Entre outros?
 
E se Dilma estivesse acusada de receber propinas da Petrobrás, como Aloysio Nunes (PSDB)?
 
E se Dilma estivesse sendo processada no STF, por ter recebido propinas da empreiteira OAS e ter achacado o DETRAN do seu estado, em um milhão de reais, como Agripino Maia (Dem)?
 
E se Dilma tivesse sido denunciada como beneficiária do contraventor Cachoeirinha, além de estar sendo processada, por exploração de trabalho escravo, em sua fazenda, como Ronaldo Caiado (Dem)?
 
E se Dilma estivesse sendo investigada na Operação Zelotes, por ter sonegado 1,8 milhão de reais e corrompido funcionários públicos, para que essa dívida sumisse do sistema da Receita Federal, como Nardes (Conselheiro do TCU, ligado ao PSDB)?
 
E se Dilma tivesse sido manchete de capa no New York Times, por suspeição de narcotráfico internacional, o que gerasse diversas reportagens na televisão norte americana, agentes do DEA, Departamento Anti Drogas, dos Estados Unidos, tivessem vindo ao Brasil, para investigá-la, e um helicóptero com quase meia tonelada de pasta de cocaína fosse apreendido em uma fazenda de amigo pessoal e sócio dela, em negócios não muito claros, como Aécio Neves (PSDB)?
 
E se a filha da Dilma fosse assessora do presidente da CPI da Petrobrás e lobista junto a Nardes, um conselheiro do TCU, e tivesse uma conta secreta no HSBC suíço, por onde passaram milhões de dólares, como Daniele Cunha, a filha de Eduardo Cunha (PMDB)?
 
E se Dilma tivesse sido presa em 2004, por fraude em licitação de grandes obras, no Amapá, e tivesse sido condenada por corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, como Flexa Ribeiro (PSDB)?
 
E se Dilma, quando prefeita de Salvador, tivesse sumido com 166 milhões das obras do Metrô, como Antônio Imbassay (PSDB)?
 
E se a filha da Dilma tivesse tido um único emprego, de assessora da mãe, e a revista Forbes a colocasse como detentora de um das maiores fortunas brasileiras, caso do Serra (PSDB) e sua filhinha?
 
E se Dilma tivesse 18 processos por corrupção, como José Serra (PSDB)?
 
E se Dilma tivesse 22 processos por corrupção, como Eduardo Cunha (PMDB)?
 
E se Dilma tivesse dado dois Habeas Corpus, em menos de 48 horas, a um banqueiro que lesou o sistema financeiro nacional, para que ele fugisse do país; desse um Habeas Corpus a um médico que dopava a suas clientes e as estuprava (foram 37 as acusadoras), para que ele fugisse para o Líbano; se fizesse uso sistemático de aviões do senador cassado, por corrupção, Demóstenes Torres (Dem); se tivesse votado contra a Lei da Ficha Limpa por entender que tornar inelegível um ladrão é uma “atitude nazi-fascista ”(sic), tendo a família envolvida em grilagem de terras indígenas, como Gilmar Mendes (Ministro do STF)?
 
E se Dilma colocasse sob sigilo, por 25 anos, as contabilidades da Petrobras, Banco do Brasil e BNDES, como Geraldo Alkimin (PSDB) colocou as do Sistema Ferroviário paulista, das Sabesp e da Polícia Militar, após se iniciarem investigações da Polícia Federal, apontando desvios de muitos milhões?
 
E se Dilma tivesse sido governadora e, como tal, cassada, por conta de compra de votos na campanha eleitoral, corrupção e caixa dois. Como Cássio Cunha Lima (PSDB)?
 
E se Dilma, em sociedade com Mário Covas (PSDB) tivesse comprado uma enorme fazenda no município mineiro de Buritis, em pleno mandato, e recebesse um aeroporto de presente, construído gratuitamente, de uma empreiteira, constatando-se depois que foi essa empreiteira a que mais ganhou licitações no governo FHC (PSDB), sócio de Covas?
 
E se Dilma declarasse à Receita Federal e ao TRE ter um patrimônio de 1,5 milhão e a sua filha entrasse na justiça, reclamando os seus direitos sobre 16 milhões, só parte do seu patrimônio, como aconteceu com Álvaro Dias (PSDB)?
 
E se Dilma estivesse sendo acusada de ter recebido 250 mil de uma empreiteira, na Operação Lava Jato, como Carlos Sampaio (PSDB)?
 
E se Dilma tivesse comprado um apartamento no bairro mais nobre de Paris e, dividindo-se o valor do imóvel pelos seus rendimentos, se constatasse que ela teria que ter presidido este país por quase trezentos para tê-lo comprado, caso de FHC (PSDB)?
 
E se Dilma fosse proprietária da maior rede de televisão do país, devendo quase um bilhão de impostos e mais dois bilhões no sistema financeiro, e tivesse o compromisso de proteger corruptos e derrubar a presidente, em troca do perdão da dívida com o fisco e financiamento do BNDES, para quitar as dívidas da empresa, como no passado, caso dos irmãos Marinho, proprietários da Rede Globo de Televisão?
 
E se Dilma tivesse sido denunciada seis vezes, por seis delatores diferentes, na operação Lava Jato, e fossem encontradas quatro contas suas, secretas, na Suíça, alimentadas por 23 outras contas, em paraísos fiscais, e o dinheiro tivesse sido bloqueado pelo Ministério público suíço, por entendê-lo fruto de fonte escusa, e tivesse mandado toda a documentação para o Brasil, com a assinatura dela, como aconteceu com Eduardo Cunha (PMDB)?

Texto recebido por e-mail. 
Autor não identificado.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

X Seminário Internacional Audiovisual


Data: 20/11/15
Horário: 10h as 18h
Local: Conservatório UFMG

Av. Afonso Pena 1534 
Centro, Belo Horizonte


Programação


Painel 1 - 10 h as 13 h

PRODAVs de Desenvolvimento:

PRODAV 3- Núcleos Criativos, PRODAV 5 - Desenvolvimento.


Coordenação : Adyr Assumpção – Imagem dos Povos
Convidado: Daniel Tonacci - Especialista em Regulação -Coordenação de Acompanhamento de Projetos - CAC - Superintendência de Fomento - SFO - ANCINE – Agência Nacional do Cinema


O objetivo do Painel é a apresentação dos Prodavs (critérios e pontuação) e apresentação de estudos de caso de projetos aprovados .

No eixo “Desenvolvimento de projetos, roteiros, marcas e formatos” três linhas financeiras foram desenhadas para estimular a criação de parcerias entre empresas e profissionais responsáveis pela criação, produção, agregação e comunicação pública de conteúdos: Prodav 03 (Núcleos Criativos), Prodav 04 (Desenvolvimento de Projetos) e Prodav 05 (Laboratórios de Desenvolvimento). 


O PRODAV é uma seleção, em regime de concurso público, promovido pela ANCINE/BRDE, voltado para propostas de formação de Núcleos Criativos e laboratórios para o desenvolvimento de projetos de obras audiovisuais seriadas e não seriadas, e de formatos de obra audiovisual, brasileiros de produção independente, destinadas aos segmentos de comunicação eletrônica de massa por assinatura (TV paga), radiodifusão de sons e imagens (TV aberta), salas de exibição, e vídeo por demanda (VOD), podendo prever a realização de episódios-pilotos, ‘webisódios’ e demos jogáveis, e realização de pesquisas qualitativas elaboradas por institutos de pesquisa, visando à contratação para apoio financeiro.



Painel 2 - 15 h as 18 h

PRODAVs das TVs Públicas


Coordenação: Adyr Assumpção – Imagem dos Povos
Convidados : Marco Antônio Coelho – Diretor de Programação da EBC e Max Eluard - Coordenador da Unidade Técnica das Linhas de TVs Públicas


O objetivo do Painel é a apresentação do Programa para 2016 (critérios e pontuação) e de estudos de caso de projetos aprovados .


A Linha de Produção de Conteúdos destinados às TVs Públicas, do Programa Brasil de Todas as Telas, tem como objetivo a regionalização da produção de conteúdos audiovisuais independentes para destinação inicial ao campo público de televisão(segmentos de TV Universitária, Comunitária e Educativa).


Esta linha tem por objetivo possibilitar ao espectador “ a vivência estética de reconhecimento de si mesmo, do outro, dos grupos diferentes e iguais. 


Do sentimento de pertencimento a um grupo étnico-racial, a uma família, a um espaço de convivência, a uma comunidade, a um território de identidade e o reconhecimento dos diversos sistemas de convivência e espaços decrescimento em comunidades quilombolas, ribeirinhas, ciganas, indígenas, rurais, interioranas, das megalópoles;em famílias de casais heterossexuais e homossexuais, de mulheres solteiras, de homens solteiros, de avós, de pais adotivos; em instituições como creches, orfanatos, hospitais, e outros. 

Possibilitar a percepção da diversidade de olhares e vivências que cada grupo e cultura possui relacionados a seus afetos, cheiros, climas, arquiteturas, cores, ecossistemas, valores, costumes, fenótipos, brincadeiras, roupas,línguas, trabalhos, projetos de vida”.

Publicado em:  http://imagemdospovos.blogspot.com.br/


sexta-feira, 19 de junho de 2015

Cineastas listam os 10 melhores filmes de todos os tempos


A revista britânica Sight and Sound, publicada pela British Film Institute, consultou 358 diretores de cinema para elaborar uma lista com os 10 filmes que mais se destacaram na história do cinema.
A seguir, veja os filmes mais votados:Entre eles, estão cineastas renomados como Martin Scorsese, Quentin Tarantino, Woody Allen, Francis Ford Coppola e Guillermo del Toro.
1º lugar - "Era Uma Vez Em Tóquio" (1953)

Um casal de idosos vai de Onomichi para Tóquio visitar os filhos após uma ausência de 20 anos. Hospedam-se inicialmente com a família do filho mais velho, que não dispõe de tempo nem de condições financeiras para oferecer aos pais a atenção necessária. Sentido-se desprezados, eles se mudam para a casa da filha mais velha, que dirige um salão de beleza e vive atarefada. Apenas a viúva do filho mais novo, Shoji, Ihes oferecerá hospitalidade.
2º lugar - "2001: Odisseia no Espaço" (1968)

Em 2001, em uma missão espacial rumo ao planeta Júpiter, os astronautas Dave Bownam e Frank Poole se vêem à mercê do computador HAL 9000, que controla a nave. HAL cometeu um erro, mas recusa-se a admiti-lo. Seu orgulho de máquina perfeita impede que aceite a evidência da falha. Por isso, para encobrir a própria e insuspeitada imperfeição, começa a eliminar os membros da equipe. Este clássico de Stanley Kubrick, em 1968, quebra todos os limites de narrativa e efeitos especiais da época, numa história que fala sobre tecnologia e humanismo.
3º lugar - "Cidadão Kane" (1941)

O poderoso Charles Foster Kane morre após pronunciar a enigmática palavra "Rosebud". E este é o ponto de partida do filme: um jornalista tenta descobrir quem ou o que é "Rosebud" e, para isso, vai entrevistar várias pessoas que conviveram com o magnata. Assim, a história vai sendo contada: dono de uma grande fortuna, Kane investe milhões de dólares num jornal diário e torna-se o maior magnata da imprensa norte-americana, manipulando o que publica de acordo com seus interesses. Aos poucos, ele se torna um homem poderoso também na política.
4º lugar - "8½"(1963)

Marcello Mastroiani é Guido Anselmi, o alter-ego de Fellini, um cineasta incomodado pelo próprio sucesso e passando por uma crise de criatividade. Ele precisa terminar um filme mas não tem novas idéias nem motivação. E também não tem sossego, pois é procurado a toda hora, principalmente por pessoas à procura de trabalho. Enquanto procura uma saída, se embaralham em sua mente recordações de sua infância, reflexões sobre seu casamento em crise, sobre o relacionamento com sua amante, sua família e amigos, em uma narrativa fragmentada e entremeada de surrealismo.
5º lugar - "Taxi Driver" (1976)

Travis Bickle (Robert De Niro) é um motorista de táxi de Nova York que sofre de insônia e trabalha longas horas todas as noite, na tentativa evitar que sua personalidade paranóica e solitária se torne cada vez mais instável. Cansado da decadência da cidade e após ter levado um fora da assistente de campanha do senador Charles Palatine, Betsy (Cybill Shepherd), ele decide que é hora de mudar.
6º lugar - "Apocalypse Now" (1979)

Com Apocalypse Now, adaptação do livro Heart of Darkness, de Joseph Conrad, o diretor Francis Ford Coppola leva às telas toda a insanidade da guerra. Durante a guerra do Vietnã, o capitão Willard (Martin Sheen), enlouquecido, desaparece na selva do Camboja à procura do coronel Kurtz (Marlon Brando). Durante sua busca, o agente se depara com situações estarrecedoras e testemunha absurdos mostrados com dramaticidade, em uma odisséia muitas vezes surrealista que mostra a devastação e o horror da guerra. Em uma das cenas, helicópteros bombardeiam uma praia para desocupá-la, ao som de Cavalgadas das Valquírias, de Richard Wagner.
7º lugar - "O Poderoso Chefão" (1972)

Apesar da violência, O Poderoso Chefão é primeiramente um filme sobre o poder da lealdade e do amor na família Corleone e na comunidade em que eles vivem. A história se inicia com o casamento de Connie (Talia Share), a filha de Don Corleone (Marlon Brando). Como um senhor feudal, ele recebe os cumprimentos e promessas de lealdade da família e de clientes. Os outros filhos de Corleone estão presentes: o sangue-quente Sony (James Caan), o mais velho que irá substitui-lo, e Fredo (John Cazale), que não se adequa aos negócios da família. O preferido de Corleone é o filho mais novo, Michael (Al Pacino), que voltou como herói da II Guerra Mundial e não tem nenhum envolvimento com a máfia. Porém, devido à incapacidade do pai, se vê forçado a assumir a liderança da família, contrariando o que Corleone queria para seu futuro.
8º lugar - "Um Corpo Que Cai" (1958)

Scottie Ferguson (James Stewart) é um detetive aposentado que sofre de acrofobia (medo de altura). Ele volta à ativa quando Gavin Elster (Tom Helmore), seu amigo de faculdade, o contrata para seguir sua esposa, Madeleine (Kim Novak), que parece dar uns passeios suspeitos demais. Depois de impedi-la de cometer suicídio, Scottie apaixona-se por Madeleine.
9º lugar - "O Espelho" (1975)

Um homem em seus últimos dias de vida relembra o passado. Entre as memórias pessoais da infância e adolescência, da mãe, da Segunda Guerra Mundial e de um doloroso divórcio, estão também momentos que contam a história da Rússia numa mistura de flashbacks, tomadas históricas e poesia original.
10º lugar - "Ladrões de Bicicletas" (1948)

A história de um desempregado que tem mulher e filho para sustentar. O operário Antonio aceita um emprego de colador de cartazes e, para isso, precisa de uma bicicleta para poder trabalhar. Só que há algum tempo ele penhorou a bicicleta. Para recuperá-la, Maria, mulher de Antonio empenha o enxoval de noiva. Mas no primeiro dia de trabalho, por um descuido, Antonio tem a bicicleta roubada. Ele e o pequeno Bruno tem apenas o domingo para recuperá-la. A busca vira uma aventura inútil e desesperada.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Confira 5 filmes sobre a II Guerra Mundial que merecem ser vistos


Há 70 anos terminava o conflito que marcou a derrota do nazismo e mudou a história do século XX. 

Confira 5 filmes sobre o fim da II Guerra Mundial que propõem uma visão não-hollywoodiana do confronto.

fim segunda guerra mundial filmes
Fim da Segunda Guerra Mundial completou 70 anos no último 8 de maio 


Em Maio de 2015 completaram-se setenta anos do fim da II Guerra Mundial. Não existe um consenso quanto à data exata. A rendição das forças remanescentes do III Reich aos aliados ocidentais se deu dia 8 de Maio, e ao Exército Russo na madrugada do dia seguinte 9 de Maio. Findava-se o pesadelo nazista.



A Queda: As Últimas Horas de Hitler
Arquitetura da Destruição (Documentário)
A Batalha de Berlim (Documentário)
Generais em Guerra: Stalingrado (Documentário)
A Alemanha do Pós-Guerra (Documentário)

CINEMATECA BRASILEIRA REALIZA RETROSPECTIVA CINEMATOGRÁFICA AO AR LIVRE


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As décadas de 50, 60 e 70 o Brasil estava borbulhante de novas ideias e projeções na cena artística do país, movimentos era criados e artistas eram consagrados. Principalmente porque o Brasil passava por um época de transição social, da população da zona rural para a zona urbana, e a indústria se consolidava na sociedade.
Oscar Niemeyer e Lucio Costa davam um novo ar à arquitetura nacional, João Guimarães Rosa, publicava o “Grande Sertão: Veredas” e João Cabral de Melo Neto, “Morte e Vida Severina”, e no teatro, Vinicius de Moraes estreava “Orfeu da Conceição”, com músicas de Tom Jobim, enquanto João Gilberto lançava o disco, “Chega de Saudade”.
Uma época onde a arte era renovava e renascia a cada ano, com algumas influências extremamente nacionais, mostrando o tempero e jeitinho brasileiro, só nós temos.
Desta leva de novos artistas, escritores e poetas, surgiu um grupo de cineasta influenciados pelos filmes Rio 40 graus, de Nelson Pereira dos Santos e O grande momento, de Roberto Santos, pela nouvelle vague, e atentos à movimentação cultural que acontecia, começa a dar forma ao Cinema Novo. Um ápice da cinematografia moderna brasileira, uma nova linguagem dos filmes, e gravações com equipamentos mais leves dos que os habituais.
Desde então, novos facetas foram surgindo e mostrando uma nova maneira de projetar películas no Brasil, entre eles estão, Glauber Rocha, Paulo César Saraceni, Carlos Diegues, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Gustavo Dahl, David Neves, entre outros, realizaram obras-primas do cinema brasileiro moderno.
E assim, essas obras são cultuadas e assistidas até hoje, como um marco e referência ao cinema – de qualidade -atual. Baseado nessa propagação deste movimento, a Cinemateca Brasileira, em parceria com a Unifesp, apresenta uma sessão especial de uma das obras-primas de nosso cinema.
Várias películas retomam as telonas com apresentação gratuita na Cinemateca Brasileira. E o longa-metragem deste sábado (23), a partir das 20h30, é a obra de Glauber Rocha, “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de 1964.
Tragam suas esteiras, cangas, almofadas e sacos de dormir, cobertores, etc, pois será uma sessão especial ao ar livre curtindo clássicos de movimentos artísticos históricos do Brasil.
A Retrospectiva Cinema – Mostra e Exposição começou no dia 30 de abril e vai até, 14 junho, sempre no mesmo horário e no mesmo lugar. Apenas, a exibição de um filme diferente.
SERVIÇO
c0976_-_p_ster_deus_e_diabo_na_terra_do_solRetrospectiva Cinema – mostra e exposição
Cinemateca ao ar livre: Deus e o Diabo na Terra do Sol
Data: 23/ maio/ 2015
Horário: 20h30
Local: Cinemateca Brasileira
End: Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino/ SP.
Entrada Franca
Mais info: www.cinemateca.gov.br


quarta-feira, 29 de abril de 2015

Cinema, documentário, cinejornal




Por Taís Ferreira

O documentário audiovisual nasceu com o cinema. Nas primeiras cenas projetadas pelos irmãos Lumière,A chegada do trem na estação”, de 1895, em que os espectadores começaram a fugir para o fundo da sala quando viram o trem, pelo realismo espontâneo da cena. Nos experimentos de Dziga Vertov, “Cinema-Verdade”, 1925, “Um Homem com uma Câmera”, 1929, o real quotidiano de cidades russas em noticiário de atualidades. Com Leni Riefestahl em “O Triunfo da Vontade”, de 1935, um dos filmes de propaganda política mais conhecidos na história do cinema, reconhecido por suas inovações técnicas e estéticas. Além do cinema de Roberto Rossellini que iniciou sua carreira com curtas e cinejornais. O neo-realismo busca a inspiração direta na realidade, em “Roma Cidade Aberta”, de 1945, a câmera nas ruas, num cenário real, mostrando a realidade social e econômica de uma época, um exercício de busca pela verdade.

Os primeiros filmes brasileiros realizados no fim do século XIX até a Primeira Guerra também tiveram intensa atividade documental. Em vários pontos do território nacional foram filmados, principalmente, o ritual em torno dos políticos, as paradas militares, inaugurações, eventos relacionados com a imagem da elite e o culto às belezas naturais do país. Alguns exemplos mineiros:

  • Retratos de diversos deputados e políticos, Raimundo Alves Pinto de 1908;
  • A posse do novo presidente do Estado, 1910;
  • A posse presidencial e a parada de 7 de setembro em Belo Horizonte, 1918;
  • Os Funerais do presidente Raul Soares, 1924;
  • A Visita dos Soberanos Belgas a Belo Horizonte, 1920;
  • O Rio das Velhas, Aristides Junqueira,1921;
  • Aspectos da Excursão Presidencial à Zona da Mata, Aristides Junqueira, 1928;
  • Exposição Pecuária Mineira, Bonfioli de 1928.

Em 1908 foi criado na França o primeiro cinejornal, o Pathé-Journal. No Brasil, em 1910 surge como uma versão do Pathé-Journal, o primeiro cinejornal brasileiro, com as filmagens de Alberto Botelho dos principais acontecimentos ocorridos no Rio de Janeiro: “A saída de nossa matinée de Domingo”, 12 de junho de 1910, a regata organizada pelo Clube de Icaraí. Até 1935, haviam sido criados 50 cinejornais no Brasil, superando a produção cinematográfica de outros gêneros.

Cinejornais são curtas jornalísticos exibidos no cinema antes dos filmes. Normalmente traziam notícias factuais mais relevantes e variedades em um espaço curto de tempo, aproximadamente 10 minutos. As notícias eram projetadas, inicialmente, com letreiros entre as cenas e posteriormente com a narração de um locutor com mais informações sobre as imagens. Os assuntos variavam: um resumo da semana, propaganda do governo, inauguração de obras, uma personalidade famosa, um pouco sobre moda e futebol.

O “Cine Jornal Brasileiro”, cinejornal oficial do Estado Novo foi uma forma de propaganda do regime na época. Tinha exibição obrigatória nos cinemas (decreto de 1932), o “complemento educativo”, como era chamado. Produzido entre 1938 e 1946, pelo DIP- Departamento de Imprensa e Propaganda, através da Agencia Nacional. Até 1945, o primeiro destaque nos cinejornais era Getúlio Vargas, em segundo, as Forças Armadas e em terceiro, a burguesia agrária e industrial. Um excesso de exposição dos Donos do Poder. O Brasil da Era Vargas, dos navios de guerra, estaleiros, escolares em marcha, a aviação. Vargas se desloca para Manaus, inspeciona a capital e o interior de Minas, vai à concessão Ford de exploração de borracha no Pará; ao nordeste para conversar com Roosevelt sobre os problemas de guerra. Dividindo o poder da imagem de Vargas estão as Forças Armadas: Exército, Marinha, Aeronáutica e depois de 1941, policias militares estaduais e corpo de bombeiros. Nos seus variados temas, os cinejornais mostram sob um viés ufanista, a representação das maravilhas do país. Temas ligados à educação, ao analfabetismo e à fome eram silenciados.

O cinema brasileiro, em boa parte do século vinte, não foi movimentado pelas obras de ficção, mas pelos noticiários através dos cinejornais, os precursores do telejornalismo. Nesse período, a ficção estrangeira dominava o mercado cinematográfico. São os cinejornais que sustentaram a produção cinematográfica brasileira nas primeiras décadas e, apesar de patrocinados ou institucionais, constituiem um acervo histórico por guardarem, durante décadas, momentos políticos e culturais, personalidades nacionais e estrangeiras, a representação de uma parte da história, da arquitetura e do passado de diversas cidades.

Marca uma época na produção brasileira as produções cinematográficas do fotógrafo Jean Manzon, francês que veio para o Brasil por indicação de Alberto Cavalcanti, brasileiro, reconhecido como importante documentarista na Europa, chefe do Serviço Cinematográfico e Fotógrafico Inglês. Manzon produziu filmes para o DIP, documentário sobre a borracha na região amazônica, trabalhou com Orson Welles nas filmagens do Carnaval carioca, além de ter sido fotógrafo da revista “O Cruzeiro” e dos Diários Associados.
Outro destaque dentro da história dos cinejornais brasileiros são as produções de Primo Carbonari, que teve a maioria de seu acervo deteriorado com o tempo, restando apenas a terça parte, oito mil latas, na sua maioria documentos de memória da cidade de São Paulo, da elite paulistana e do governador Adhemar de Barros.
No Brasil, de 1898 até 1930, perdeu-se 90% das produções em incêndios, a maior parte dos filmes em película de nitrato, de combustão espontânea, de difícel preservação e recuperação. Entre as perdas, estão os arquivos da Cinédia, que perdeu toda a sua produção, os arquivos do Instituto Nacional do Cinema Educativo-INCE, no qual atuou Humberto Mauro entre 1936 e 1964, que também perdeu muitos filmes. Ainda podemos citar as produtoras de Alberto e Paulino Botelho, no Rio de Janeiro, a Rossi Atualidades, a serviço do estado de São Paulo no governo Washington Luis, a Guarany Film, a Rex Film, entre outras tantas produtoras de cinejornais.
Em Minas Gerais, o destaque é a Carriço Film de Juiz de Fora que cobriu um período de 1934 a 1959, produzindo aproximadamente 500 edições. Parte de acervo foi perdido em depósito na própria cidade e outra parte perdida no incêndio na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Além dela, outros cinejornais de pouca periodicidade foram produzidos em Minas, como: Odeon Jornal, Revista Cinematográfica, Masoti Atualidade, 1926, A Cine Revista Mineira de Bonfioli de 1927, o Cine Jornal Mineiro de 1931, o Cine Cruzeiro do Sul, de Aristides Junqueira, entre 1935 e 1936, Notícias de Minas, 1948, Atualidades Mineiras, 1949 e Inconfidência Jornal, 1944, de José Silva, que entre 1958 e 1959 também registrou a construção de Brasília, e, a Minas Filme na década de 50.
Os cinejornais brasileiros foram produzidos até a década de 1980 e parte do acervo foi salva da destruição total, devido aos depósitos climatizados na Cinemateca Brasileira e no Arquivo Nacional, ao trabalho de transposição de suporte para mídias magnéticas analógicas (Quadruplex, 1 polegada, VHS, U-matic (¾ de polegada), Betacam, SuperVHS) e digital (Beta Digital, Hi8, MiniDV, DVCam, Xdcam), além das mídias de leitura ótica (Blu-Ray, DVD) e smart cards, suportes que facilitavam a catalogação, preservação e disponibilização para os estudiosos, cineastas, historiadores, pesquisadores da História do Cinema Brasileiro. Parte do acervo do Arquivo Nacional pode ser visto no site Zappiens.


O último cinejornal a manter uma peridiocidade no Brasil foi o Canal 100, no ar de 1959 a 1986, devido a forte relação com os governos militares. Durante a ditadura, os patrocinadores que garantiram a vida do cinejornal de Carlos Niemayer foram o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Com teor ufanista no pós-64, as produções de Niemayer produziram no período anterior, o documentário “Os Sem Terra”, que abordava a questão da reforma agrária, a pedido do então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, ao mesmo tempo que produzia filmes com teor conservador, como “A Boa Empresa”, com claro interesse em ocultar os conflitos nas relações de trabalho, e “Asas da Democracia”, uma apologia à Força Aérea Brasileira, ambos encomendados pelo IPES que desenvolveu intensa propaganda anticomunista, com dura oposição ao governo Goulart e incentivadora do golpe de 1964.

Os filmes produzidos entre 1962 e 1964, cultuavam os valores capitalistas, a tradicional família católica e os militares. Dirigidos por Carlos Niemayer, contavam com a tradicional narração de Cid Moreira, clássica nas edições do Canal 100.

Em 1968, o Canal 100 exibia, nos cinemas, filmes curtos sobre o milagre econômico. As imagens da semana, apresentadas como uma revista de variedades, inovadoram no cinejornalismo brasileiro. O cinejornal trocava a postura séria e tradicional do período da propaganda do Estado Novo, introduzindo uma linguagem leve e informal. Apesar de registrar cenas de grandes manifestações do movimento estudantil e a passeata dos Cem mil, mostrava nas telas do cinema, somente, as realizações governamentais, as imagens do Rio de Janeiro, as praias, as mulheres e o futebol.

O futebol foi o tema principal do Canal 100, ao final do noticiário, a edição dos cinejornais terminava com o futebol e os recusos do close, da câmera lenta, imagens surpreendentes nas várias câmeras espalhadas pelo estádio, imagens da torcida, gestos, olhares, um espetáculo de emoções diferente da televisão na época.

A partir da copa de 70, o futebol ganhou grande espaço no cinema, enquanto a Tv brasileira transmitia a copa em preto e branco, a equipe do Canal 100, patrocinada pela Caixa Econômica Federal, foi ao México para trazer as primeiras imagens em côres filmadas, de uma copa do mundo para o Brasil.

No início dos anos 80, com o fim do governo militar, e sem os patrocínios das instituições governamentais, já não era mais possível manter os cinejornais num mundo dominado pela televisão. Confira: Vídeo do Canal 100 https://www.youtube.com/watch?v=xOmYao6XNXY


Taís Ferreira é graduada em Comunicação Social – Habilitação jornalismo - Puc-Minas
Pós Graduação: Memória e Cinema - Escola de Belas Artes – UFMG 


           

terça-feira, 28 de abril de 2015


não existe uma técnica para capturar a verdade. Somente uma posição moral pode faze-lo, um desejo de compreender, compreender plenamente, uma curiosidade maior sobre os indivíduos, não simplesmente apenas pela superfície, seu exterior, mas pelos mais sutis aspectos de suas almas”  Roberto Rossellini

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Venício Lima: Por que não há uma narrativa pública alternativa?


Venício Lima: Por que não há uma narrativa pública alternativa?

Cinco meses se passaram desde o segundo turno das eleições presidenciais de 2014. Os votos foram apurados, o Tribunal Superior Eleitoral declarou um vencedor que tomou posse e assumiu o poder em 1º de janeiro de 2015. Apesar de tudo isso, a sensação que se tem ao se ler, ouvir ou assistir ao noticiário político dominante nos oligopólios privados de mídia é de que permanecemos em campanha eleitoral, estamos às vésperas de um “terceiro turno”.

Por Venício Lima*, no Observatório da Imprensa


  

















A instrumentalização partidária oposicionista reafirma, dia após dia, que vivemos o pior de todos os mundos e que a culpa por “tudo que está aí” recai exclusivamente na presidente da República reeleita e em seu partido. E que ainda vai piorar. E muito.

Em relação aos estados onde houve vitória da oposição política – se o exemplo do Distrito Federal puder ser generalizado – os problemas de hoje, mesmo se decorrentes do excesso de chuva que acaba de despencar, continuam sendo atribuídos exclusivamente aos descalabros do derrotado governo anterior, aliás, do mesmo partido da presidente reeleita.

Esse jornalismo do “quanto pior melhor” – sempre assentado na historicamente falsa retórica de combate à corrupção e de defesa da democracia – acaba por contaminar até mesmo mentes supostamente esclarecidas. Elas se recusam a “pensar para além” do noticiário partidarizado e, sem ignorar a gravidade da crise econômica e dos diversos inquéritos sobre corrupção em andamento (Lava Jato e Zelotes, dentre outros), ignoram os fartos indícios do jogo de interesses que está sendo jogado nos e pelos oligopólios de mídia.

Linguagem pública dominante
Raras vezes terão os oligopólios de mídia e seus muitos “intelectuais deferentes” (Bourdieu) praticado de forma tão homogênea a mesma pauta, o mesmo enquadramento, seletividade e omissão em relação aos fatos a serem noticiados e a mesma linguagem pública. Tudo sem o contraditório, sem vozes alternativas.

Ao contrário de outras eleições, agora não foram desativados os aparatos profissionais de guerrilha digital utilizados contra o governo e seus aliados ao longo da campanha eleitoral de 2014. Assim, “robôs” [cinquenta?] de alto custo [estimativa de 10 milhões entre novembro e março] continuam alimentando permanentemente com conteúdos de intolerância e ódio as redes sociais virtuais.

Da mesma forma, na grande mídia e nas redes sociais vem sendo construída, dia após dia, uma linguagem pública que associa a presidente, seu governo e seu partido como agentes históricos exclusivos da corrupção brasileira. Essa linguagem converge com a radicalização dos movimentos de rua cuja liderança, aparentemente espontânea, não consegue mais disfarçar a existência de pelo menos uma coordenação estratégica originária no núcleo pensante da oposição partidária.

Derrotada nas eleições presidenciais, ameaçada na exclusividade do seu paraíso consumista e amparada no moralismo udenista histórico, a classe média elitizada dos principais centros urbanos “coloca tudo no mesmo saco” e – com o entusiasmo explícito da mídia comercial – sai às ruas para se manifestar contra a corrupção, contra o PT, a favor do impeachment. E mais. Para o pesadelo daqueles que viveram os meses e dias que antecederam ao golpe civil-militar de 1964 – se apropria do verde e amarelo para fazer renascer slogans do tempo da Guerra Fria como “o Brasil jamais será vermelho”, para mandar os eleitores vencedores para “a Cuba que os pariu”, para dar um basta na “doutrinação marxista” de Paulo Freire e para pedir a volta dos militares.

A linguagem pública que se consolida, de forma seletiva e cínica, entende como prova de corrupção até mesmo o que não passa da mais simples normalidade democrática como, por exemplo, a indicação de um novo ministro ligado ao partido que venceu as eleições. Na verdade, como afirmou Bernardo Kucinski, “o golpe no plano ideológico-midiático, já foi dado e foi vitorioso. A esquerda ‘morreu’ da forma mais ignominiosa possível, acusada de venal e corrupta”.

“Justos e corretos”
E por que não há uma narrativa pública alternativa, por que não se ouvem no espaço público vozes que reconheçam eventuais erros, respondam a acusações infundadas e reajam à tática kafkiana de se buscar o crime depois de decidida a sentença? Sobretudo, por que não há uma narrativa pública alternativa que, para além de governos e partidos, defenda o processo democrático contra ameaças golpistas e combata a incrível amnésia daqueles que pedem a volta da ditadura?

A resposta óbvia a esta pergunta é porque os oligopólios privados de mídia controlam a agenda e o acesso ao debate público. E eles jamais foram, não são e nunca serão plurais e diversos. Mas não se trata apenas disso.

Na verdade, quem primeiro deveria estar interessado na construção de uma narrativa pública alternativa seria o governo reeleito e seus partidos aliados. Também os movimentos sociais e sindicatos que defendem o projeto que garantiu o sucesso de políticas de inclusão social. Todavia, a mídia estatal (NBR) e pública (EBC), os blogs, portais e redes sociais, a mídia comunitária e sindical, todos em conjunto, não são capazes de construir uma narrativa pública alternativa.

No que se refere ao governo, falta apoio e comprometimento com a mídia pública para que ela, como reza a Constituição (artigo 223) e a exemplo do que ocorre em outras democracias, se constitua em complemento e alternativa de qualidade à mídia privada comercial.

Por outro lado, há uma secretaria que trata especificamente da comunicação, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República. Cabe a ela coordenar a divulgação de informação pública e também a distribuição dos recursos da publicidade oficial.

O grande paradoxo, todavia, é que os critérios técnicos utilizados para distribuição das verbas oficiais de publicidade têm financiado e consolidado, ao longo dos anos, exatamente os oligopólios de mídia que constroem a linguagem pública dominante, sem pluralidade e sem diversidade.

Na verdade, uma Instrução Normativa publicada no Diário Oficial da União às vésperas do Natal de 2014, tornou ainda mais rigorosos os critérios técnicos já em vigor e praticamente exclui as pequenas empresas de mídia da distribuição das verbas oficiais de publicidade (cf. Instrução Normativa nº 7, de 19 de dezembro de 2014, publicada no DOU de 23 de dezembro de 2014).

Na posse do novo ministro da Secom-PR, na terça-feira (31/3), a presidente da República, além de renovar seu compromisso constitucional com as liberdades de expressão e da imprensa, fez referencia a atuação da Secom-PR dentro do que chamou de “critérios justos e corretos”. Como não se sabe exatamente o que “justos e corretos” virão a significar na prática da execução das políticas de comunicação social, resta esperar para ver.

O papel do Estado e os riscos da crítica
Nas democracias contemporâneas, o apoio financeiro do Estado às empresas alternativas de mídia é praticado em nome da diversidade e da pluralidade sem as quais a liberdade de expressão, como bem sabemos, se transforma em privilégio de uns poucos oligopólios.

Se não houver apoio do Estado brasileiro à mídia pública e comunitária, se não se alterar a política de distribuição dos recursos de publicidade oficial e se, como manda a Constituição de 1988, não se regular o § 5º do artigo 220 que proíbe monopólios e oligopólios nos meios de comunicação social, jamais teremos uma linguagem alternativa àquela dos oligopólios de mídia no espaço público.

Em períodos de crise política, intolerância, ódio e falsas unanimidades, a postura crítica em relação aos oligopólios de mídia significa correr o risco de ser acusado de partidarismo e/ou de ignorar a crise e/ou, ainda, de defender “o controle da mídia para impedi-la de denunciar a corrupção do governo”.

A hora exige que se corra este risco.

*Venício A. Lima é jornalista e sociólogo, professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado), pesquisador do Centro de Estudos Republicanos Brasileiros (Cerbras) da UFMG e colunista do Portal Vermelho.


Publicado em: http://www.vermelho.org.br

sábado, 4 de abril de 2015

Darcy – um brasileiro

Darcy – um brasileiro, documentário dirigido por Maria Maia, mostra o ex-ministro da Casa Civil do governo João Goulart pela ótica de amigos, personalidades e colaboradores.

Exilado em 1974,  Darcy volta ao Brasil com a anistia e se torna vice-governador de Leonel Brizola e senador. Escritor de romances e ensaios, Darcy Ribeiro é autor de uma obra fundamental para conhecer nosso país, O Povo Brasileiro (Companhia das Letras).

O belo documentário conta com imagens de arquivo de vários momentos históricos brasileiros, imagens de sua convivência com os indígenas. Mostra que a vida de Darcy está entrelaçada aos acontecimentos mais importantes do país na segunda metade do século passado. Sua luta pela pelos indígenas, pela educação, pelas crianças, por um Brasil melhor.

Confira:

sexta-feira, 20 de março de 2015

2º ENDC terá participação de convidados internacionais


http://www.fndc.org.br

Escrito por: Redação

Martín Becerra (Argentina), Toby Mendel (Canadá), Gustavo Gómez (Uruguai) e Guillermo Mastrini (Argentina) confirmaram sua participação no evento

A organização do 2º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (ENDC), que será realizado em Belo Horizonte (MG), entre os dias 10 e 12 de abril, anuncia detalhes da programação do evento. O principal destaque é a participação de convidados internacionais. Entendendo que a democracia, em qualquer parte do planeta, não pode existir sem a efetiva democratização da mídia, a ideia é estimular a reflexão sobre experiências de países que avançaram na garantia do direito à comunicação, especialmente a partir da revisão e atualização de marcos legais. Ao mesmo tempo, comparativamente, os dilemas do Brasil nessa área serão amplamente debatidos.
O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, está confirmado para uma das principais conferências do Encontro, que tratará do cenário internacional de regulação das comunicações e o os desafios do caso brasileiro. Também participam dessa conferência o canadense Toby Mendel e Martín Becerra (foto ao lado), docente na Universidade Nacional de Buenos Aires (UBA) e Universidade Nacional de Quilmes, na Argentina.
Há mais de uma década pesquisando a comunicação como um direito, Toby Mendel (foto à esquerda) é advogado, matemático e consultor internacional da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). É diretor-executivo do Centro de Direito e Democracia, organização não governamental internacional de direitos humanos com foco no fornecimento de conhecimento legal sobre direitos fundamentais para a democracia, incluindo o direito à informação, à liberdade de expressão, de participação e os direitos de reunião e associação. 
Mendel elaborou diversos projetos legislativos sobre direito à informação e regulação da mídia e publicou várias obras sobre temas como liberdade de expressão, direito à informação, direitos de comunicação e questões sobre refugiados, abrangendo estudos comparativos legais e analíticos sobre serviços públicos de radiodifusão, direito à informação e políticas de radiodifusão.
Já o jornalista, professor e pesquisador Martín Becerra é um dos mais proeminentes especialistas em estudos sobre sistemas de mídia na América Latina, incluindo processos de concentração econômica nas comunicações. É autor, junto com Guillermo Mastrini (foto à esquerda), de livros que se tornaram referência na área, como “Periodistas e Magnatas: estrutura e concentração das indústrias culturais” e “Os donos da palavra: acesso, estrutura e concentração dos meios na América Latina do século XXI”. São obras que procuraram desvendar, com dados empíricos, a lógica dos oligopólios midiáticos que hegemonizam a comunicação no continente. 
Doutor em Ciências da Informação pela Universidade Autônoma de Barcelona, Becerra é professor titular na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires (UBA). Também leciona na Universidade Nacional de Quilmes, onde foi um dos criadores do programa de pós-graduação em Indústrias Culturais.
Ley de Medios
A luta por uma comunicação mais democrática na América Latina é o tema central de outra mesa de debate no 2º ENDC. De que forma a sociedade civil de países vizinhos, como Argentina e Uruguai, conseguiram impulsionar a aprovação de legislações modernas e democráticas para o setor? Uma das últimas medidas implementadas pelo ex-presidente uruguaio, José Pepe Mujica, foi a sanção da Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual (Ley de Medios), aprovada pouco antes do natal de 2014, para garantir diversidade e pluralidade na mídia do país. Um dos formuladores do marco legal e ex-assessor de comunicação de Mujica, Gustavo Gómez (foto à direita), vai narrar essa experiência e discutir como os movimentos sociais enfrentaram o discurso conservador dos barões da mídia contra a iniciativa de democratização do setor.
Desde 2009, a Argentina também conta sua Ley de Medios. Resultado de um amplo processo de mobilização popular, que contou com uma conjuntura política de enfrentamento entre a burguesia do país e o governo da presidenta Cristina Kirchner, a legislação apontou para a quebra do oligopólio midiático do país, liderado pelo Grupo Clarín, que se opôs fortemente à lei, até ser derrotado pela Suprema Corte de Justiça do país, que validou a constitucionalidade dos dispositivos de desconcentração econômica dos meios de comunicação previstos. Agora, os desafios residem na aplicação democrática do marco legal.
No caso brasileiro, a luta dos movimentos pela democratização da comunicação gira em torno de iniciativas como o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática, que se traduz numa sugestão concreta de atualização normativa do setor, a partir das propostas aprovadas na Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), de 2009. Representante do FNDC também participa dessa mesa para debater a conjuntura e os dilemas do Brasil na promoção de políticas públicas de comunicação.
Internet, direito fundamental
A democratização das comunicações também passa por políticas públicas no âmbito da internet, desde a universalização do acesso, qualidade, privacidade e a liberdade de expressão na rede. Esse conjunto de desafios será debatido em uma das mesas do 2º ENDC. Pela sociedade civil, participam representantes da campanha “Banda Larga é um Direito Seu!” e do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Pelo governo federal, o convidado é o secretário nacional de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão. Temas como Plano Nacional de Banda Larga e regulamentação do Marco Civil da Internet e projeto de lei de proteção de dados pessoais deverão ser objeto de profunda discussão.
Confira, a seguir, a programação completa do 2º ENDC (mais detalhes deverão ser anunciados em breve):
(Inserir aqui os links para inscrição, atividades autogestionadas, evento no face, etc.)
Programação – 2º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação 
Sexta-feira, 10 de abril
16h – Ato político-cultural no centro de Belo Horizonte (MG)
Sábado, 11 de abril
9h – Cerimônia de abertura do 2º ENDC
10h – O cenário internacional e os desafios do Brasil para enfrentar a regulação democrática e garantir a liberdade de expressão
Ricardo Berzoini - Ministro de Estado das Comunicações
Toby Mendel (Canadá) – consultor da Unesco e diretor-executivo do Centro de Direitos e Democracia
Martín Becerra (Argentina) – professor e pesquisador da Universidade de Buenos Aires e Universidade Nacional de Quilmes.
13h/14h – Almoço
14h – A luta por uma comunicação mais democrática na América Latina
Gustavo Gómez (Uruguai) – professor e ex-secretáro nacional de Telecomunicações do Uruguai, um dos formuladores da Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, aprovada em 2014
Guillermo Mastrini (Argentina) – professor e pesquisador, especialista em direito à comunicação. Coordena o Programa de Pós-Graduação em Indústrias Culturais da Universidade Nacional e Quilmes e ajudou a impulsionar a Ley de Medios (2009)
- Representante do FNDC
15h30/16h – coffee-break
16h – Atividades autogestionadas
18h/19h30 – Jantar
19h30 – Internet, um direito fundamental
- Representante da campanha “Banda Larga é um Direito Seu!”
- Membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br)
- Maximiliano Martinhão – secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, responsável por executar o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL)
Domingo, 12 de abril
9h – Atividades autogestionadas
10h30/11h – coffee-break
11h/13h30 – Projeto de Lei da Mídia Democrática e estratégias de lutas
13h30 /14h30 – Almoço
14h30 – Ato de encerramento

O evento reunirá militantes de movimentos sociais, sindicais, estudantes, ativistas e cidadãos/cidadãs interessados/as no direito à comunicação.

EVENTO: 2º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação - ENDC 
DATA:  10, 11 e 12 de abril
LOCAL: Instituto Metodista Izabela Hendrix
ENDEREÇO: Rua da Bahia, 2020 – Lourdes - Praça da Liberdade - Belo Horizonte-MG