REFLEXÕES SOBRE A MÍDIA

Leitura Crítica da Mídia

*TAÍS FERREIRA

Estamos passando por um momento de falta de credibilidade na mídia. Publica-se, transmite-se qualquer coisa, e quanto mais sensacionalista, melhor. Não há responsabilidade no caso de erros, de noticiário falso, vale tudo, desde que dê Ibope. É uma mídia tendenciosa, que não investiga e não ouve as opiniões divergentes, sua opinião depende das publicidades.

No Brasil, temos uma TV do ponto de vista do conteúdo e da linguagem, não retrata nossa diversidade, mas tem alta qualidade técnica, no nível das melhores do mundo. A grande maioria da população não tem outra forma de entretenimento e informação. A televisão tem o poder de pautar vidas, hábitos e a política, além de impor medo a todos os governos.

É essa mesma imprensa, que induz pessoas ao erro, que publica notícias do seu interesse. Irresponsabilidade que se configura no pior inimigo da liberdade de imprensa, porque pode provocar reações autoritárias e danos irreversíveis. O caso mais recente é o da brasileira na Suíça, que a maior rede de televisão brasileira transformou em manchete sem ao menos falar com as autoridades locais.

Escrever para um jornal, fotografar, falar no rádio ou televisão e mesmo manter um blogs e sites constitui uma responsabilidade social. Não se pode valer dessa posição para se difundir boatos, nem inverdades. É preciso checar, levantar o fato, mencionar ou desfazer as dúvidas e suspeitas existentes. É também preciso se garantir o direito de ser mencionada a versão da parte acusada para evitar a notícia tendenciosa.

Os erros das grandes redes de televisão vão ficar na história do nosso jornalismo. Sensacionalismo, irresponsabilidade e abuso de poder. É por esta e muitas outras, como o caso da escola de Base, o caso “Eloá”, garota morta no seqüestro, o recente caso da suposta agressão a uma brasileira na Suiça,entre tantos outros, que é mais que necessário seguir o exemplo de emissoras de televisão como a BBC, de Londres, onde os responsáveis pela tv têm que responder ao público em programa ao vivo sobre seus erros e acertos. Afinal, as redes de televisão são concessões públicas e os cidadãos têm o direito de questioná-las em seus erros, assim como os responsáveis têm o dever de prestar as informações como qualquer outro serviço público.

* Taís é jornalista, é editora do blog CINE JORNALISMO EM PAUTA

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009


"DONOS DA MÍDIA": UM ESTUDO SOBRE O CONTROLE DA MÍDIA NO BRASIL


"Donos da Mídia" é o maior banco de dados sobre os grupos de mídia do país, uma poderosa ferramenta para a democratização da comunicação. O site www.donosdamidia.com.br revela os laços de redes de comunicação, como é exercido o controle sobre a mídia, o papel dos políticos, a ilegalidade de suas ações e a situação das empresas de comunicação. Um estudo completo sobre a concentração da mídia nacional, fruto de três décadas de pesquisas.

Criado por Daniel Herz - jornalista e um dos fundadores do FNDC, e produzido pelo Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação (Epcom), entidade parceira do FNDC, também criada pelo jornalista, Donos da Mídia lista 7.275 veículos de comunicação, abrangendo rádios (inclusive as comunitárias), televisão aberta e por assinatura, revistas e jornais. Relaciona também as retransmissoras de televisão.

O controle das redes
Donos da Mídia destaca o papel estruturador das cinco maiores redes nacionais de televisão: Globo, Band, Record, SBT e Rede TV!, as quais controlam, direta e indiretamente, os principais veículos de comunicação no País. Este controle não se dá totalmente de forma explícita ou ilegal. Entretanto, se constituiu e se sustenta contrariando os princípios de qualquer sociedade democrática, que tem no pluralismo das fontes de informação um de seus pilares fundamentais.Existem 34 redes de TV, às quais estão ligados 1.535 veículos, geralmente através de grupos afiliados. São 21 as redes de emissoras de rádio FM e OM.

Também são identificados grupos nacionais e regionais. Os grupos nacionais foram definidos como o “conjunto de empresas, fundações ou órgãos públicos que controlam mais de um veículo, independentemente de seu suporte, em mais de dois estados”. Foram identificados 35 grupos, controladores de 516 veículos.

Grupos regionais são aqueles que “controlam mais de uma entidade de mídia, independentemente de seu suporte”, atuando em até dois estados. Há 142 deles, controlando 695 veículos.

Os veículos podem ser localizados geograficamente na consulta.Cada um dos 5.564 municípios brasileiros é referido.

A ilegalidade de grupos e políticos
Navegando em Donos da Mídia, é possível saber quantos veículos há em cada município, quais os grupos de mídia atuantes nas várias regiões, bem como dimensionar a cobertura das redes. Os dados sobre as empresas incluem desde os seus endereços até seus concessionários, permissionários ou proprietários.

A localização dos veículos e a identificação de seus concessionários (e seus sócios) permite, por exemplo, constatar a situação ilegal da maioria dos grupos de mídia. Quase todos controlam um número de concessões superior ao permitido por lei.

Outra ilegalidade flagrada pelo cruzamento de dados proporcionado pelo site é a participação direta de políticos no controle de emissoras de rádio e TV.
A Constituição Federal proíbe (artigo 54) os deputados e senadores participar de organização definida como “pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público”. Essa determinação constitucional aplica-se, por extensão, aos deputados estaduais e prefeitos. Entretanto, Donos da Mídia, identificou 20 senadores, 48 deputados federais, 55 deputados estaduais e 147 prefeitos como sócios ou diretores de empresas de radiodifusão.

Quanto às suas origens partidárias, predominam os políticos filiados ao DEM (58, ou 21,4%), ao PMDB (48, ou 17,71%) e ao PSDB (43, ou 15,87%. Esses dados podem ser pesquisados aqui.

A sugestão é para que todas as entidades, ongs, sindicatos, universidades conheçam estas pesquisas e entrem na luta pela democratização da comunicação no Brasil.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010


Reflexões críticas sobre a mídia

É a grande imprensa transformando as notícias em apenas mais um produto para ser colocado no mercado e consumido.

A Montanha dos Sete Abutres

Diretor: Billy Wilder - EUA/1951 - Duração: 111 minutos





Repórter em decadência fareja um grande assunto quando um homem fica preso numa mina. Com a cumplicidade do xerife e da mulher da vítima, explora o fato, mas não parece muito disposto a salvar a vida da vítima.

Vale a pena conferir!



segunda-feira, 23 de novembro de 2009


Reflexões Críticas Sobre a Mídia

A programação de novembro do Cineclube Joaquim Pedro de Andrade exibe filmes que fazem reflexões críticas sobre a mídia.

A entrada é gratuita. Participe!

A presença dos meios de comunicação na educação se faz cada vez mais intensa na vida das pessoas, molda valores e perfis, principalmente no Brasil, onde a maioria (80%) da população tem na televisão sua única fonte de informação.

O papel político da televisão no Brasil é único em todo o mundo. E, poucos são os mecanismos de que dispõe a sociedade para intervir na definição dos conteúdos dos meios de comunicação ou assegurar o direito a uma informação democrática.

Para o fortalecimento da democracia e da cidadania, além de lutar politicamente pela Regulamentação da legislação de radiodifusão é importante que todos os cidadãos se articulem para fiscalizar democraticamente e participar dos debates e reflexões sobre a mídia que temos e a mídia que queremos. A realização pela primeira vez no país de uma Conferência Nacional de Comunicação é o momento propício para o diálogo com todos: governantes, empresários da comunicação, trabalhadores da comunicação e sociedade civil.

É necessária uma reflexão crítica sobre a mídia, acompanhada de ações práticas no âmbito político, para que ela não seja usada para desviar a atenção, enganar, distrair e nos isolar. Educar para a mídia é ampliar o debate para a mobilização. É bom para a democracia e, para a própria mídia.

A entrada é gratuita. Participe!

Cineclube Joaquim Pedro de Andrade
Rua Tupinambás, 179 - 14º andar
Centro - Belo Horizonte/MG
Entrada franca - Informações: 3115-3000

24.nov • terça • 19h • Boa Noite e Boa Sorte
Direção: George Clooney - EUA/2005 - Duração: 93minutos


Nos anos 50, a queda do político Joseph McCarthy é causada pelos embates entre ele e o âncora da rede CBS Edward R. Murrow. O senador foi responsável pela operação "Caça às Bruxas", que acusava, sem provas, cidadãos americanos de serem comunistas.

Debatedora: Taís Ferreira - jornalista, pós-graduada em Memória e Cinema.

Leia também:

Educar para a leitura crítica da mídia