sexta-feira, 30 de outubro de 2009

MÍDIA EM DEBATE

Cineclube do Sinpro discute a mídia em novembro

A programação de novembro do Cineclube Joaquim Pedro de Andrade exibe filmes que fazem reflexões críticas sobre a mídia. Confira abaixo a programação completa e participe! A entrada é gratuita.

Cineclube Joaquim Pedro de Andrade
Rua Tupinambás, 179 - 14º andar
Centro - Belo Horizonte/MG

Entrada franca - Informações: 3115-3000



Programação - novembro de 2009
Reflexões críticas sobre a mídia


3.nov • terça • 19h • A Montanha dos Sete Abutres
Diretor: Billy Wilder - EUA/1951 - Duração: 111 minutos

Repórter em decadência fareja um grande assunto quando um homem fica preso numa mina. Com a cumplicidade do xerife e da mulher da vítima, explora o fato, mas não parece muito disposto a salvar a vida da vítima. É a grande imprensa transformando as notícias em apenas mais um produto para ser colocado no mercado e consumido.

Debatedor: Valdir de Castro Oliveira - jornalista e doutor em Ciência da Comunicação (USP)


10.nov • terça • 19h • Frost/Nixon.
Direção: Ron Howard - EUA/Reino Unido/França/2008 - Duração: 122 minutos

É a história da célebre entrevista feita pelo jornalista Frost com Richard Nixon, quando o ex-presidente acabou assumindo que sabia de Watergate e, portanto, foi responsável pela espionagem. Ao final estão trechos da entrevista original.

Debatedora: Carmem Dulce Vieira – jornalista , professora do curso de Comunicação da UFMG e mestre em Sociologia.


17.nov • terça • 19h • O Quarto PoderDireção: Costa-Gravas - EUA/1997 - Duração: 114 minutos

Costa Gravas discute o poder e a manipulação da mídia para favorecer os interesses de terceiros, e em busca da conquista de audiência. Na verdade, a imprensa é o primeiro poder no momento de construir uma imagem e também de destruí-la, não importando se para isso irá prejudicar pessoas e atrapalhar vidas.

Debatedor: Arthur Lobato - jornalista e psicólogo - vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais e Diretor Executivo da FENAJ


24.nov • terça • 19h • Boa Noite e Boa Sorte
Direção: George Clooney - EUA/2005 - Duração: 93minutos

Nos anos 50, a queda do político Joseph McCarthy é causada pelos embates entre ele e o âncora da rede CBS Edward R. Murrow. O senador foi responsável pela operação "Caça às Bruxas", que acusava, sem provas, cidadãos americanos de serem comunistas.

Debatedora: Taís Ferreira - jornalista, pós-graduada em Memória e Cinema.


Informativo Sinpro Minas www.sinprominas.org.br

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Por que a lei argentina de meios assusta?

Reproduzido do blog Monitorando em 18/10/2009

O Senado argentino aprovou recentemente uma nova lei para os meios audiovisuais, estabelecendo restrições à propriedade e impondo novas regras no mercado midiático local. As medidas são polêmicas, e contrapuseram não apenas oposicionistas e aliados da presidente Cristina Kirchner, mas também setores organizados da sociedade que tentam democratizar os meios na Argentina e grandes conglomerados de mídia.

Antes de ser aprovada pelos senadores, a nova lei foi intensamente discutida. Aprovada, pode trazer modificações sensíveis no panorama e ainda contagiar países vizinhos, como Brasil, e aprovarem dispositivos semelhantes que ataquem oligopólios. Por aqui, a gritaria não foi pouca. Para o Estadão, a medida é um atentado do governo para cercear a mídia, principalmente o poderoso grupo Clarín, que está em rota de colisão com os Kirchner há meses.

Mas há setores que vêem a nova lei argentina com muito bons olhos. Maria Victoria Richter é jornalista e militou durante anos no Observatorio de Medios da União dos Trabalhadores da Imprensa de Buenos Aires (UTPBA). Atualmente, Victoria é assessora da senadora Maria Rosa Díaz, que nem é partidária do governo, mas votou a favor da “Ley de Medios”. A jornalista argentina acompanhou de perto a tramitação do projeto.

Veja trechos da entrevista.

1. Por que o processo de aprovado da “Ley de Medios” não foi um processo tranquilo?

Por que existem empresas que concentram o mercado audiovisual e não estavam dispostas a dividir o espectro radioelétrico com outras lógicas de comunicação.

2. A quem interessa existir uma lei como essa?
Interessa à comunicação sem fins lucrativos, aos trabalhadores dos meios, jornalistas, atores, músicos, cineastas e produtores argentinos que estão contemplados na lei. Deveria interessar à audiência, já que lhe é garantido o acesso a outras formas de comunicação, sem interesse comercial exclusivamente e incentivando os meios públicos.

3. E por que tanto temor ou indisposição com a lei?

O medo é de um setor da oposição que conta com apoio dos principais jornais, pertencentes aos mesmos grupos afetados, o que cria um clima de tensão compreensível quando são atingidos interesses econômicos tão fortes.

4. Quais são os aspectos positivos da lei?

É uma boa lei, amparada na legislação internacional em matéria de comunicação, e que recebeu o apoio de centenas de organizações sociais, de amplos setores da cultura, agremiações e universidades, além da relatoria de Liberdade de Expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Unesco.

5. Que tipo de transformações a nova lei pode trazer para o cenário de comunicações argentino?

Se for aplicada, a lei pode transformar radicalmente o mapa dos meios locais. Além de gerar múltiplas fontes de trabalho e garantir um acesso mais democrático às concessões de radiodifusão. Para além do sucesso de sua aplicação, que implicará novas lutas por parte dos movimentos sociais, esta lei já gerou uma nova possibilidade de discussão sobre o papel social dos meios de comunicação. Pela primeira vez na Argentina, discute-se que o espectro radioelétrico pertence a todos e que o setor privado não é proprietário do espaço comum, ainda que possa usá-lo.

6. Você assessora uma senadora que votou a favor da lei. Como é a sua posição frente o governo Kirchner?

Minha senadora, María Rosa Díaz, representa uma província argentina – a Terra do Fogo – que tem uma relação complicada com o governo. Mas isso não impediu que reconhecesse uma boa iniciativa que estabelece uma nova norma que beneficia setores que não têm voz nos meios massivos de comunicação. Trata-se de uma lei que vai transcender governos e que resulta num avanço da democratização do espectro.

7. Os Kirchner querem mesmo fazer calar os meios de comunicação?

Os Kirchner têm uma forma questionável de gerir a coisa pública, sem muita transparência e com várias denúncias de exercer o poder pressionando aqueles que não se alinham às suas políticas. Eles têm um discurso com muitas ideias progressistas, mas sua prática nem sempre o acompanha. No caso da lei de serviços de comunicação audiovisual, muitos que não comungam de suas particulares visões decidiram acompanhá-los porque reivindicamos historicamente (desde a redemocratização) uma lei que garantisse o acesso de todos os setores no processo da comunicação.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Confecom adiada: abertura será no dia 14 de dezembro e contará com a presença do presidente Lula

Decreto de convocação será publicado no Diário Oficial na próxima semana. Abertura da conferência será dia 14 e plenárias ocorrerão entre os dias 15 e 17

Brasília – O governo decidiu transferir para 14 a 17 de dezembro a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). A nova data foi definida para compatibilizar a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como ele viaja para o exterior no início de dezembro, não poderia participar do evento, convocado inicialmente por ele mesmo para 1º a 3 de dezembro.

A decisão de transferir a data da conferência foi definida pelo presidente em reunião com os ministros Hélio Costa (Comunicações), Franklin Martins (Secom) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) na tarde de quarta-feira. O anúncio foi confirmado pelo presidente da comissão organizadora nacional da 1ª Confecom, Marcelo Bechara, na manhã desta sexta-feira, 9 de outubro. O decreto de convocação deve ser publicado no Diário Oficial da União na próxima semana.

De acordo com Bechara, como foi o presidente quem convocou, ainda em abril, a conferência, somente ele pode abrir o evento. “É desejo do presidente Lula participar da abertura da conferência de comunicação, a primeira a ser realizada na história do país. É natural que ele possa adequar sua agenda para participar da abertura, que acontece no dia 14 de dezembro”, justificou o consultor jurídico do Ministério das Comunicações.

O presidente já sancionou o Projeto de Lei 27/09, liberando R$ 6,5 milhões para a conferência. A medida recompõe os recursos previstos inicialmente no orçamento do Ministério das Comunicações para a realização do evento. O governo vai investir R$ 8,2 milhões para trazer 1.664 delegados de todos os estados brasileiros para participar das discussões plenárias.

O tema da 1ª Conferência Nacional de Comunicação é “Comunicação: meios para construção de direitos e de cidadania na era digital”. O encontro será realizado no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, no centro da capital federal, a 8 km do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek.

A partir da próxima semana, Hélio Costa, Franklin Martins e Luiz Dulci realizarão reuniões periódicas para acertar o encaminhamento de eventuais problemas a fim de cumprir a convocação do presidente Lula.


09/10/2009
Ascom
Ministério das Comunicações

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Carta de Goiânia


Os jornalistas brasileiros reunidos no 17º Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Comunicação (Enjac), realizado de 1º a 4 de outubro de 2009, em Goiânia/GO, reafirmam como eixos centrais de luta as ações para a retomada da exigência de formação superior específica para o exercício da profissão de jornalista e a defesa permanente da democratização da comunicação, luta esta que terá como palco este ano a I Conferência Nacional de Comunicação e suas edições regionais.

Os tempos atuais são de ataques às regulações profissionais, orquestrados pelo neoliberalismo do patronato oligárquico de mídia. A revogação da Lei de Imprensa e da exigência do diploma de jornalista para o exercício da profissão são os exemplos mais recentes. A posição do STF atende apenas a interesses patronais, com prejuízos imensuráveis para a sociedade brasileira. A luta dos jornalistas continuará a ser travada no Congresso Nacional e nas ruas, pois o que está em jogo é a defesa da profissão e da qualidade da informação.

Os jornalistas também destacam a I Conferência Nacional de Comunicação, conquista dos movimentos sociais, como um espaço privilegiado para o debate dos temas de interesse da categoria e de toda a sociedade brasileira, como a democratização da comunicação, por meio da criação de um novo marco regulatório para a comunicação.

Outra luta importante é pela liberdade de expressão. E por isso urge a retomada de Lei de Imprensa democrática, que possa assegurar aos profissionais e à sociedade a liberdade de manifestação, dentro dos limites ético-profissionais.

No ano em que comemoramos um quarto de século desde a primeira edição do encontro dos jornalistas assessores, realizado em 1984, no Distrito Federal, os jornalistas que atuam em assessoria de comunicação também reafirmam o compromisso com a busca permanente da organização do segmento; o combate aos preconceitos de toda a ordem; a defesa intransigente de posturas éticas; a integração dos jornalistas em todas as unidades da Federação, promovendo o intercâmbio lastreado no respeito à cidadania e às várias realidades regionais.

Entendemos como fundamental também a aproximação com profissões afins para estabelecer parcerias no exercício profissional, legitimando, no conjunto de características da assessoria de comunicação, as atividades típicas do jornalismo como prerrogativas do jornalista, sempre balizado no respeito às profissões com interface na comunicação.

Os desafios dos jornalistas-assessores passam, ainda, pela conquista de condições dignas de trabalho, pela valorização do segmento, contra a precarização do trabalho e o assédio moral, realidade vivida por toda a categoria, seja nas assessorias ou nas redações, através das mais variadas formas de desrespeito à lei e às normas coletivas de trabalho.

O cumprimento desses compromissos devem seguir, ao mesmo tempo e com a mesma intensidade de propósito, a corajosa luta pela criação do Conselho Federal dos Jornalistas, bem como a inclusão da assessoria de imprensa na regulamentação da profissão e envolvimento total na defesa dos princípios democráticos, da liberdade de expressão e reinserção do jornalista como protagonista nos momentos de grandes decisões nacionais.

O momento de crise, de ataque à profissão e à liberdade de expressão nos remete à profunda reflexão sobre a razão de ser do profissional jornalista em todas as suas vertentes e, em especial, na sua qualificação acadêmica. Nessa direção, os cursos de jornalismo devem enriquecer sua grade curricular, incluindo, dentre outras, disciplinas de assessoria de imprensa/comunicação e o estágio na carga horária, de modo a melhor preparar os futuros profissionais.

Com todas essas considerações, os temas e teses discutidos nas plenárias reforçam o compromisso dos jornalistas em dar continuidade às nossas lutas específicas e ampliar nossa atuação em defesa dos interesses da classe trabalhadora, certos de que a solidariedade de classe é o caminho para a conquista de novos tempos para os trabalhadores.

Goiânia, 3 de outubro de 2009

17º ENJAC destaca as grandes lutas dos jornalistas brasileiros

Foto Arthur Lobato

Com aproximadamente 450 participantes, entre delegados e observadores, o 17º Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Comunicação (ENJAC), realizado de 1º a 4 de outubro, em Goiânia, constituiu-se em um grande marco das lutas dos jornalistas brasileiros. A defesa do diploma e da regulamentação da profissão, da democratização da comunicação, da liberdade de expressão, de uma maior organização do segmento e de suas reivindicações específicas, foram algumas das lutas destacadas entre as deliberações do evento.

Questões como o mercado de trabalho em assessoria de comunicação e as transformações no jornalismo com o advento de novas tecnologias, a formação acadêmica voltada a uma maior qualificação do profissional para atuar neste segmento, com a inclusão de disciplinas ligadas ao trabalho em assessoria de imprensa n nos currículos dos cursos de jornalismo, conformaram alguns dos debates e resoluções específicos do 17º ENJAC.

O reconhecimento da função, com sua inclusão na regulamentação profissional dos jornalistas, também foi novamente reivindicado. A Comissão Organizadora do 17º ENJAC trabalha na sistematização das teses e propostas aprovadas no evento. Tão logo o documento esteja concluído ele será disponibilizado no site da FENAJ.

Rico em propostas e resoluções específicas do segmento de assessoria de imprensa, o 17º ENJAC destacou na “Carta de Goiânia”, seu documento político final, as lutas nacionais da categoria. Houve, no evento, farta crítica à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou a exigência do diploma em Jornalismo inconstitucional e manifestações de apoio à continuidade e ampliação da luta pela reinstituição desta exigência. O ato público em defesa do diploma, antes previsto para o segundo dia do evento, foi realizado no sábado, e no auditório onde se realizou o 17º ENJAC, em função das condições climáticas.

Também ganharam destaque as reivindicações de atualização da regulamentação da profissão, criação do Conselho Federal dos Jornalistas (CFJ), defesa da liberdade de expressão, criação de uma nova Lei de Imprensa, de caráter democrático, e em defesa da 1ª Conferência Nacional de Comunicação como espaço privilegiado de luta pela democratização da comunicação no país, com a formulação de políticas públicas e de um novo marco legal para o setor, com participação da sociedade.

Durante o 17º ENJAC a Federação Nacional dos Jornalistas lançou a nova carteira de identidade profissional da categoria, um cartão magnético com chip, e materiais da Campanha Nacional Contra a Precarização das Relações de Trabalho dos Jornalistas. Deliberou-se, ao final do Encontro, que o 18º ENJAC será em Natal (RN).

Boletim Fenaj