domingo, 25 de maio de 2014

A longa década de 80 na fotografia de Vera Jursys




Mobilizou Geral – A longa década de 80 na fotografia de Vera Jursys

Mostra o trabalho da fotógrafa Vera Jursys a partir das greves de São Bernardo do Campo e Diadema no início dos anos 80, e segue  até o impeachment do ex-presidente Collor em 1992, trazendo  imagens dos principais acontecimentos que mobilizaram toda a sociedade brasileira, especialmente o estado de São Paulo, na luta por liberdades democráticas e pelo fim do regime militar.
A exibição das fotografias se faz entrecortada por depoimentos de personalidades da época, fotografadas no calor da luta, e que testemunharam fatos como: as greves gerais, a fundação do PT e da CUT, as DIRETAS JÁ, as mobilizações pela Constituinte  Livre,  Soberana e Democrática, a luta pela Reforma Agrária com a participação dos Índios e Quilombolas, as mobilizações do Movimento Estudantil e, finalmente, o IMPEACHMENT.
O projeto foi financiado pelo FunCultura da cidade de Guarulhos e tem a produção da Viatv Comunicação e Cultura.
Vera Lúcia Jursys é mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP.

FICHA TÉCNICA

País: Brasil
Duração: 15'01"
Diretor: Vera Jursys
Produtor: Renato Sakata
Ano: 2012
Formato: HD
Montagem: Bruno Filelline, Mário de Almeida e Felipe Peres.
Som Direto: Bruno Filelline
Fotografia: Eduardo Yamanaka
Trilha: Dino Vicente
Festivais:
Selecionado para: -Festival Internacional de cinema de Lebu - Chile, em Fevereiro 2013. -Festival Internacional do cinema político na Argentina - Março 2013.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Festival Internacional de Curitiba


Seminário, Mesas de Debates e Masterclass são
atrações do Festival Internacional de Curitiba

De 28 de maio a 5 de junho, o Olhar de Cinema 2014
terá ampla programação de eventos com Letícia Sabatelli, Fernando Alves Pinto, Ilana Feldman, Diego Lerer (Argentina), Jean-Claude Bernardet, Patrícia Mourão, Charlene Dinhut (França), Mayna Neiva, Bettina Steinbrügge (Alemanha) e vários outros.

Chegando em sua terceira edição, o Olhar de  Cinema – Festival Internacional de Curitiba, se consolida não somente como uma das principais plataformas de lançamento de filmes no Brasil, como também um importante polo gerador de pensamentos e ideias cinematográficas, através de um ampla programação de debates, mesas de discussões e palestras.

Confira:

III Seminário de Cinema de Curitiba - Fundo Setorial do Audiovisual
29/05 (Qui) - 9h
Av. Comendador Franco, 1341 - Jardim Botânico | Curitiba

A Ancine – Agência Nacional do Cinema, em parceria com o Olhar de Cinema, Festival Internacional de Curitiba e com Sindicato da Indústria Audiovisual do Paraná (Siapar), realiza o Seminário Fundo Setorial do Audiovisual em Curitiba-PR.
O evento conta com a participação da Diretora da Ancine Rosana Alcântara e com o Superintendente de Desenvolvimento Econômico, Marcos Tavolari. O encontro é voltado a profissionais de empresas produtoras, distribuidoras ou programadoras de conteúdo audiovisual, gestores de fundos de investimento com participação do FSA, entre outros. Na pauta, orientações sobre as novas chamadas públicas para desenvolvimento, produção e comercialização de projetos para cinema e TV, além de balanço das ações do Fundo Setorial e destaques das ações do fundo programadas para o segundo semestre de 2014.
Inscrições abertas até o dia 19/05 em www.olhardecinema.com.br/fsa

MESA DE DEBATES: Cinema de Gênero no Brasil
30/05 (Sex) - 13h30
Livraria Saraiva – Shopping Crystal
Rua Comendador Araújo, 731 – Batel
O cinema de gênero, produção comumente associado à ideia de cinema comercial, tem nos dias de hoje uma nova florada na produção nacional, encontrando morada notadamente nas comédias (neochanchadas?), nos filmes religiosos e em alguns casos, nos filmes policias e suas variantes. Mas há também um fenômeno novo, um fenômeno que associa gênero e cinema de autor, que apesar de passar à margem do grande circuito exibidor, tem encontrado nos festivais de cinema espaço para estabelecer diálogos com o público.
A presente mesa visa analisar a atual produção nacional sob o prisma dos gêneros cinematográficos, traçando um paralelo com as investidas tupiniquins do passado e refletindo sobre possíveis caminhos futuros para Cinema de Gênero no Brasil.
PATRÍCIA MOURÃO
Doutoranda em cinema pela Universidade de São Paulo, onde pesquisa cinema autobiográfico experimental. Atua como curadora, professora e produtora. Organizou o livro Jonas Mekas (CCBB, 2013), e co-organizou: David Perlov: epifanias do cotidiano (CCJ, 2011), Harun Farocki: por uma política do olhar (Cinemateca Brasileira, 2010) e O cinema de Pedro Costa ( CCBB, 2010), entre outros. Produziu Já visto jamais visto (2013), de Andrea Tonacci.


ILANA FELDMAN
Doutora em Cinema pela ECA/USP, com passagem pelo Departamento de Filosofia, Artes e Estética da Universidade Paris VIII. Atualmente, realiza pós-doutorado em Teoria Literária na UNICAMP, com a pesquisa Os diários cinematográficos de David Perlov: do privado ao político, e é curadora do ciclo O Cinema e o Irrepresentável no Centro da Cultura Judaica de SP. Seu livro, Jogos de cena: ensaios sobre o documentário brasileiro contemporâneo, será publicado em 2014 pela editora Contraponto.


ANDRÉ GATTI
Pesquisador cinematográfico, professor universitário . Fez mestrado na Eca/Usp e doutorado no Iar/Unicamp. Tem livros, artigos e capítulos publicados no Brasil e no exterior. Recentemente, tem atuado como ator de filmes independentes brasileiros, tais como Avanti Popolo, de Michael Wahrmann e O tempo não está no lugar em que estamos, Dellani Lima.

MASTERCLASS: O ator Jean-Claude Bernadet
31/05 (Sáb) - 14:00
Espaço Itaú de Cinema (Sala 02) – Shopping Crystal
Rua Comendador Araújo, 731 – Batel
Masterclass com Jean Claude Bernadet, com exibição do curta A navalha do avô, de Pedro Jorge, onde atuou como protagonista.

JEAN-CLAUDE BERNADET
Professor emérito da ECA/USP. Ex-professor da UnB. Autor de ensaios sobre cinema: Brasil em tempo de cinema, Cinema brasileiro: propostas para uma história, Cineastas e imagens do povo, Caminhos de Kiarostami. Co-autor dos roteiros: O caso dos Irmãos Naves (Luiz Sergio Person 1968), Um céu de estrelas (Tata Amaral 1995), Através da janela (Tata Amaral 2000), Hoje (Tata Amaral 2011), Periscópio (Kiko Goifman 2012). Diretor de: São Paulo sinfonia e cacofania (1995), Sobre anos 60 (1999). Ator, entre outros: Ladrões de cinema (Cony Campos 1977), Disaster movie (Wilson Barros 1985), Filmefobia (Kiko Goifman 2008), Periscópio (Kiko Goifman 2012), Plano B (Getsemani e Santiago 2012) O homem das multidões (Marcelo Gomes e Cão Guimarães 2013), A navalha do avô (Pedro Jorge 2013), Amador (Cristiano Burlan 2014) Pingo d’água (Taciano Valério 2014), Hamlet (em produção, Cristiano Burlan 2014).
  
02/06 (Seg) - 13h30
Livraria Saraiva – Shopping Crystal
Rua Comendador Araújo, 731 – Batel
MESA DE DEBATES: Curadoria em Festivais
Sabe-se que a exposição que um filme recebe em determinados festivais de cinema são determinantes para sua posterior carreira mundo a fora. Temos ao menos uma dúzia de grandes festivais no mundo que hoje em dia servem como plataforma de lançamento de filmes de diretores consagrados, mas que ainda se ocupam em descobrir propostas cinematográficas novas e instigantes. Partindo desta premissa, pergunta-se: Quais os festivais mais interessantes para colocar um filme hoje em dia? E dentro deles, quais mostras se prestam melhora para cada tipo de filme? Existe um perfil curatorial identificável nestes festivais? O que faz de certos filmes grandes sucessos em festivais autorais e qual o reflexo de sua escolha por um determinado festival em seu lançamento comercial?

DIEGO LERER
Crítico e editor da seção Clarín Film, entre 1992 e 2012. Bacharel em Ciências da Comunicação, Diego foi também professor de semiótica no Centro de Investigación Cinematográfica. Foi bolsista no Journalism Fellowship Program da Universidad de Michigan, é coautor e editor do livro Nuevo cine argentino. É presidente da Fipresci-Argentina e foi vice-presidente dessa federação no âmbito internacional. Ele tem um blog chamado Micropsia e escreve para a Inrockuptibles y Otros Cines, entre outros.

CHARLENE DINHUT
Charlene Dinhut trabalha no Centro Pompidou, mais especificamente no Hors Pistes. Hors Pistes foi concebido como um evento de 15 dias dedicado à exibição de filmes e exploração de formas narrativas e arte contemporânea. Em 2013 Hors Pistes começou a apresentar trabalhos que ajudou a produzir, trabalhos estes que combinavam filme e performance ao vivo, sendo que alguns desses foram também concebidos como etapas de filmes em andamento. Charlene Dinhut também atua como curadora de cinema no Museum for Hunting and Nature, um local inesperado para a arte contemporânea.

BETTINA STEINBRÜGGE
Bettina Steinbrügge é diretora do Kuns tverein em Hamburgo (Alemanha). Ela trabalhou para o Festival de Cinema Documental Kassel e durante 2001 até 2007 ela foi diretora do Halle für Kunst em Lüneburg. Ela leciona na Haute École d'Art et de Design, em Genebra desde 2009. Em 2011, ela foi curadora La na Kunsthalle Mulhouse. Desde 2007 Steinbrügge realiza a co-curadoria do Forum Expanded no Festival Internacional de Berlim. De 2010-13 trabalhou como curadora-chefe no Belvedere em Viena.

ANDREA STAVENHAGEN
Trabalhou na Direção de Curta-Metragem do IMCINE e foi Subdiretora do Centro de Capacitación Cinematográfica. Dirigiu a seção de Indústria no Festival de Guadalajara, a cargo do Encontro de Coprodução e de outras atividades para profissionais do cinema. Codirigiu a Oficina MoreliaLab, iniciativa fundamental para profissionalização de produtores. Foi jurada em vários festivais; é delegada para a América Latina no Festival de San Sebastián, assim como colaboradora nos festivais de Morelia e Sarajevo.

AGNÈS WILDENSTEIN
Nasceu na França, morou em Paris e atualmente mora em Lisboa, Portugal. Trabalhou por 10 anos na Cinemateca Francesa e 12 anos no Locarno International Film Festival, como programadora. É membro permanente do júri do Jean Vigo Prize. É atualmente programadora associada do DocLisboa.

EDUARDO VALENTE
Graduado em cinema pela UFF-RJ, seu trabalho de formatura, o curta metragem Um sol alaranjado, recebeu em 2002 o primeiro prêmio da Cinefondatión, competição de filmes de escola do Festival de Cannes. Seus dois curtas seguintes (Castanho e O monstro) também foram exibidos em Cannes em diferente mostras. Seu longa de estreia No meu lugar participou da seleção oficial do mesmo festival, fora de competição. Além de realizador, foi editor da revista de crítica de cinema Cinética. Curador e organizador de mostras e festivais de cinema; e ministrou oficinas de roteiro, crítica, direção e linguagem cinematográfica. Atualmente é Assessor Internacional da Ancine.


03/06 (Ter) - 13h30
Livraria Saraiva – Shopping Crystal
Rua Comendador Araújo, 731 – Batel
MESA DE DEBATES: O Ator e seus Processos
Quais são os caminhos possíveis para que o ator encontre o personagem? Como se dá a interlocução entre ator e realizador na construção da dramaturgia do personagem? Quando o ator se torna autor? As técnicas e práxis do ator de cinema numa conversa sobre trajetórias pessoais.

PAULO SACRAMENTO
Formado em Comunicação Social com Habilitação em Cinema pela ECA/USP, dirigiu,produziu e montou os curtas AVE e Juvenília. Dirigiu o premiado documentário O prisioneiro da grade de ferro. Produziu e montou os longas-metragens Amarelo manga, A concepção e Encarnação do demônio. Montou os longas-metragens Cronicamente inviável,Tônica dominante, Quanto vale ou é por quilo?, Querô, Chega de saudade, É proibido fumar e Meu país. Produziu o documentário O aborto dos outros. Foi presidente da ABD-SP em 1997, lecionou Montagem Cinematográfica na ECA/USP e integra o conselho consultor da Cinemateca Brasileira.

NASH LAILA
Realizou um curso de formação de ator por três anos na Hiperion escola de artes e a montagem de A lição e valsa n. 6, com direção de Jorge Clesio. Deserto feliz foi o primeiro filme em 2005, dir. Paulo Caldas. Estudou artes cênicas na UFPE e na Blaise Pascal em Clermont Ferrand (FRA). Atuou também nos filmes O país do desejo, Tatuagem e Amor, plástico e barulho e desde 2012 integra o elenco da Cia Teatro Oficina Uzyna Uzona, onde acaba de estrear na sua quinta montagem.

MAYaNA NEIVA
Mayana Neiva é atriz e escritora. Formou-se pela San Francisco State University na California em Teatro e na Puc SP em Letras e Filosofia. Trabalhou com Teatro Oficina, Centro de Pesquisa Teatral CPT do renomando diretor Antunes Filho e é co-fundadora do Nucleo de pesquisa Transfugas no Grupo de Teatro XIX em Sao Paulo. Na Rede Globo protagonizou A pedra do reino, de Luiz Fernado Carvalho, e Amor eterno amor, de Rogerio Gomes. Na mesma emissora também fez Som e furia, Queridos amigos, Tititi, Dalva e Herivelto, Derci de verdade, Cordel encantado, Sangue bom, dentre outros. No cinema fez Infância clandestina, de Benjamin Avila, Os normais, O vendedor de passados, O tempo que leva e O homem que matou minha amada morta. É autora do livro infantil Sofia.

LETÍCIA SABATELLA
Leticia Sabatella, Atriz, Cantora, Compositora e Diretora. Iniciou seus estudos aos 8 no Ballet Teatro Guaíra até tornar-se bailarina profissional. Aos 14 começou a estudar teatro e integrar o Coral Sinfônico do Paraná. Atuou em várias montagens teatrais, e no cinema como em Chatô, Xangô de Baker Street, Romance e Não por acaso. Na televisão, participou em papéis de grande destaque, das séries: A muralha, JK, Um só coração, Hoje é dia de Maria, e varias novelas.

FERNANDO ALVES PINTO
Fernando Alves Pinto, ator, começou carreira no espetáculo Despertar da primavera no Theatro São Pedro - RS em 1988, sob a direção de Ulisses Cruz, e entrou no cinema nacional como protagonista de Terra estrangeira, de Walter Salles e Daniela Thomas, de 1995. Seguido de uma longa lista de montagens teatrais como Esperando Godot e Ham-let, por Zé Celso Martinez Correia, e A mulher que ri, por Yara Novaes, e cinema como Tônica dominante, de Lina Chamie, e 2 Coelhos, de Afonso Poyart.

ALY MURITIBA
Graduado em História pela USP, especialista em Comunicação e Cultura pela UTFPR, Aly Muritiba é diretor, produtor e roteirista de cinema. Seu curta metragem A fábrica recebeu mais de 60 prêmios, sendo pré selecionado ao OSCAR em 2013. Seu curta metragem seguinte, Pátio venceu o festival É Tudo Verdade em 2013 e esteve em inúmeros festivais internacionais, dentre eles, IDFA e a Semana da Crítica em Cannes. Seu roteiro de longa metragem O homem que matou a minha amada morta recebeu o Global Filmaking Award do Sundance Institut em 2013. Além de realizador, é curador e organizador de mostras e festivais de cinema; diretor do Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba.

SOBRE O OLHAR DE CINEMA 2014
O objetivo do Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba é promover reflexões sobre o cinema e formar novos olhares, por meio de um destaque dado a curtas e longas metragens pouco comuns nas salas de cinema brasileiras.
Abrangendo várias expressões culturais, o festival busca uma seleção de filmes que se comuniquem entre si. A intenção é que a combinação de novos talentos, diretores veteranos, convidados prestigiados e o público presentes num mesmo lugar seja a alma do festival.


SERVIÇO:
Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba
De 28 de maio a 05 de junho de 2014.
Realização: Grafo Audiovisual, Ministério da Cultura, Governo Federal.
Patrocínio: VOLVO, BNDES
Apoio Cultural: SESI-PR
Apoio: Shopping Crystal, Fundação Cultural de Curitiba, Prefeitura de Curitiba
Promoção: RPCTV e Gazeta do Povo

As atividades têm entrada gratuita e a exibição dos filmes na Cinemateca e no Espaço Itaú (Shopping Crystal) custam R$5,00 e R$2,50 (meia entrada).
Os ingressos começam a ser vendidos no dia 22 de maio no local de exibição do filme. 

Shopping Crystal (Espaço Itaú de Cinema)
Rua Comendador Araújo, 731 – Batel
Horário de Funcionamento: Segunda-feira a Domingo das 14h às 22h
Cinemateca de Curitiba
Rua Carlos Cavalcanti, 1174 – São Francisco
Horário de Funcionamento: Terça-feira a Domingo das 14h30 às 21h30
Sugestões para entrevistas:

Diretores - Aly Muritiba, Antônio Junior e Marisa Merlo.
Direção Artística - Antônio Junior e Marisa Merlo.
Curadoria:
Competitiva de Longa Metragem e Outros Olhares: Gustavo Beck, Antônio Junior e Marisa Merlo.
Novos Olhares: Gustavo Beck.
Multiolhares: João Krefer.
Curtas Metragens (Competitiva, Outros Olhares, Mirada Paranaense, Olhar Itinerante):  João Krefer e João Menna Barreto.
  
Saiba mais em WWW.olhardecinema.com.br 

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Leitura Crítica da Mídia



* Taís T Ferreira

Estamos passando por um momento de falta de credibilidade na mídia. Publica-se, transmite-se qualquer coisa, e quanto mais sensacionalista, melhor. Não há responsabilidade no caso de erros, de noticiário falso, vale tudo, desde que dê Ibope. É uma mídia tendenciosa, que não investiga e não ouve as opiniões divergentes, sua opinião depende das publicidades.

No Brasil, temos uma TV com alta qualidade técnica, no nível das melhores do mundo, mas que do ponto de vista do conteúdo e da linguagem, não retrata nossa diversidade. A grande maioria da população não tem outra forma de entretenimento e informação. A televisão tem o poder de pautar vidas, hábitos e a política, além de impor medo a todos os governos.

É essa mesma imprensa, que induz pessoas ao erro, que publica notícias do seu interesse. Irresponsabilidade que se configura no pior inimigo da liberdade de imprensa, porque pode provocar reações autoritárias e danos irreversíveis. O caso mais recente é o  do linchamento de uma dona de casa.   Outro, o da brasileira na Suíça, que a maior rede de televisão brasileira transformou em manchete sem ao menos falar com as autoridades locais na Suíça.

Escrever para um jornal, fotografar, falar no rádio ou televisão e mesmo manter blogs e sites constitui uma responsabilidade social. Não se pode valer dessa posição para se difundir boatos, nem inverdades. É preciso checar, levantar o fato, mencionar ou desfazer as dúvidas e suspeitas existentes. É também preciso se garantir o direito de ser mencionada a versão da parte acusada para evitar a notícia tendenciosa.

Os erros das grandes redes de televisão vão ficar na história do nosso jornalismo. Sensacionalismo, irresponsabilidade e abuso de poder. É por esta e muitas outras, como o caso da escola de Base, o caso “Eloá”, garota morta no seqüestro, o caso da suposta agressão a uma brasileira na Suiça, o recente caso de linchamento, entre tantos outros, que é mais que necessário seguir o exemplo de emissoras de televisão como a BBC, de Londres, onde os responsáveis pela tv têm que responder ao público em programa ao vivo sobre seus erros e acertos. Afinal, as redes de televisão são concessões públicas e os cidadãos têm o direito de questioná-las em seus erros, assim como os responsáveis têm o dever de prestar as informações como qualquer outro serviço público.

* Taís é webjornalista,  editora do blog CINE JORNALISMO EM PAUTA, entre outros.
   artigo já publicado anteriormente