segunda-feira, 31 de outubro de 2011

STF, cadê a coerência?

27/10/2011 |
Sérgio Murillo de Andrade *
FENAJ - Federação Nacional dos Jornalistas
O Supremo Tribunal Federal usou de um peso e duas medidas. Não é a primeira vez, porém sempre surpreende por se tratar da mais alta corte do País. Em julgamento unânime, na última quarta-feira, dia 26, decidiu que o exame de Ordem, aplicado pela OAB, é constitucional. De acordo com todos os ministros, a exigência de aprovação na prova para que o bacharel em Direito possa se tornar advogado e exercer a profissão não fere o direito ao livre exercício do trabalho previsto na Constituição Federal.
Segundo a decisão, o Exame de Ordem é um instrumento correto para aferir a qualificação profissional e tem o propósito de garantir condições mínimas para o exercício da advocacia, além de proteger a sociedade. "Justiça é bem de primeira necessidade. Enquanto o bom advogado contribui para realização da Justiça, o mau advogado traz embaraços para toda a sociedade", afirmou o relator do processo, ministro Marco Aurélio.
O relator entendeu que a lei pode limitar o acesso às profissões e ao seu exercício quando os riscos da atuação profissional são suportados pela sociedade. Ou seja, se o exercício de determinada profissão pode provocar danos a outras pessoas além do indivíduo que a pratica, a lei pode exigir requisitos e impor condições para o seu exercício. É o caso da advocacia. Aqui cabe uma pergunta: não seria o caso também do jornalismo, eminências?
Para o STF, quando o risco pode determinar o destino de outras pessoas, como no caso dos médicos e dos engenheiros, cabe ao Estado limitar o acesso a essa profissão, impondo condições, desde que sejam razoáveis e atingíveis. Correto, mas se esse entendimento é extensivo aos advogados, porque não aplicá-lo também ao Jornalismo? É evidente que o Jornalismo praticado de forma irresponsável e desqualificada pode trazer prejuízos irreparáveis, em alguns casos, a indivíduos, instituições e para a própria sociedade.
Os ministros decidiram o óbvio. O Exame de Ordem não contraria o que determina o inciso XIII do parágrafo 5º da Constituição: "É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer." Aqui cabe outra pergunta: e exigir formação universitária para os profissionais do Jornalismo é uma ameaça à Constituição e às liberdades democráticas no Brasil?
Depois da pergunta um parêntesis. Em 17 de junho de 2009, o STF tornou extinta a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista no Brasil, vigente há mais de 40 anos. Fez o que fez, usando como principal argumento a liberdade de expressão do cidadão. Confundiu a prática de uma profissão com o direito à comunicação. Passaram-se dois longos anos. Tempo suficiente para que já tivéssemos uma imprensa livre e acessível a toda cidadania. Ou, em relação a esse aspecto, praticamente nada mudou no Brasil nos últimos anos? Quem se habilitar a responder, favor enviar a resposta para sede do Supremo, em Brasília.
Gilmar Mendes, relator do voto infeliz contra o diploma para jornalistas, no julgamento do exame da Ordem fez comentários com base em direito comparado e lembrou que em outros países, também se sabe de antemão, o diploma é de bacharel em Direito e que para exercer a advocacia é necessário passar em testes de qualificação.
Brilhante Ministro! Lembro que naquele dia de triste memória para gerações inteiras de jornalistas que lutaram pela regulamentação da atividade profissional, o senhor também utilizou como argumento os critérios de acesso à profissão em outros países. No entanto, escolheu os que eram convenientes para sustentar seu voto equivocado. Para ser coerente, o senhor deveria considerar que há países onde o exame para os futuros advogados não é exigido e nem mesmo a comprovação do ensino superior completo.
Quero deixar claro que sou favorável ao exame de Ordem. Sou testemunha da enorme contribuição que a OAB dá para a qualificação do ensino do Direito no Brasil. Discordo é da indústria que se criou em torno desse exame, mas sei que isto também é objeto de preocupação da Ordem. O que não posso deixar de fazer, como jornalista, é protestar pelo tratamento diferenciado e pela gigantesca violência e injustiça perpetrada contra uma categoria que luta há décadas por reconhecimento e valorização.
Deputados e Senadores, votem a PEC do diploma de jornalista já!
* Diretor de Relações Institucionais da FENAJ

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

1º Encontro Mundial de Blogueiros em Foz do Iguaçu


Marcel Gomes
Carta Maior

Foz do Iguaçu - O 1º Encontro Mundial de Blogueiros começou na noite de quinta-feira (27), em Foz do Iguaçu (PR), com um ato de abertura marcado por mensagens em favor da democratização da comunicação, críticas à grande mídia, pedidos por internet banda larga gratuita e mais políticas públicas para o setor. O evento ocorreu em um belo mirante em frente à usina de Itaipu, que é uma das patrocinadoras do encontro.
Além da música caipira de um grupo regional, a abertura foi marcada pela tradicional cerimônia de iluminação da barragem, acompanhada de queima de fogos. Os blogueiros presentes puderam replicar na internet o que acontecia no local, através de uma conexão sem fio oferecida gratuitamente pelos organizadores. O encontro continua nesta sexta (28) e sábado (29) e conta com representantes de 32 países e de 16 Estados brasileiros (veja programação abaixo).
Para o jornalista Renato Rovai, presidente da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom), o encontro dos blogueiros é uma oportunidade para "ampliar as possiblidades humanas dentro das novas tecnologias". "Estamos conseguindo construir a democratização da comunicação aproveitando o que a tecnologia e a inteligência humana nos colocaram a disposição. Isso é importante porque não dependemos mais de concessões e de empresas", disse.
Editor da revista Fórum, Rovai lembrou que os blogueiros precisam aproveitar a "oportunidade" por o evento ocorrer em Foz, cidade onde está a tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. "Muitas vezes nós, brasileiros, temos mais conexões com europeus e norte-americanos. Mas o fato de esse evento acontecer aqui ajuda a nos aproximar da América Latina, a construir um espaço que permita a construção de ações políticas reais", afirmou.
Ao lembrar que o encontro ocorria na usina de Itaipu, "um espaço estatal", Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), defendeu que o Estado tem obrigação de "fazer com que a comunicação seja um direito e de garanti-lo junto a sociedade". "Esse encontro também precisa ser um espaço para discutir gestão pública e como ela pode garantir a democratização do direito à comunicação", pontuou ela, que integra o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).
Ainda sobre o papel do Estado no setor, Altamiro Borges, do Instituto de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, defendeu a luta por um marco regulatório para a comunicação no país e por uma banda larga de qualidade. "São bandeiras que nos unificam e que nos ajudam a enfrentar os impérios midiáticos deformadores de comportamentos e manipuladores da informação", disse o jornalista. Por sinal, o mote central do encontro é “O papel da blogosfera na construção da democracia”, a partir da constatação de que as novas mídias absorveram grande parte da audiência da imprensa tradicional.
Também saudaram a abertura do evento o superintendente de Comunicação Social de Itaipu, Gilmar Piolla ("a nova missão institucional de Itaipu abriu a empresa para a comunidade e o debate sobre novas mídias é fundamental, porque transformou o relacionamento humano"), o secretário de Comunicação do governo Beto Richa (PSDB), Marcelo Catani ("será um evento com total garantia de pluralidade"), e o deputado federal e secretário nacional de Comunicação do PT, André Vargas ("como tuiteiro, sou um militante da causa, e o próprio Congresso do PT determinou a construção de um marco regulatório da mídia").
Ao longo dos próximos dois dias, participarão de debates em Foz do Iguaçu personalidades como Ignácio Ramonet, criador do Le Monde Diplomatique; Kristinn Hrafnsson, porta-voz do WikiLeaks; Luis Nassif, jornalista e blogueiro; Jesse Chacón, ex-ministro das Comunicações da Venezuela; e Pascual Serrano, fundador de um dos maiores sites de esquerda da Europa, o Rebelión. A mediação será feita por jornalistas e blogueiros vindos de diversos Estados brasileiros. O evento é promovido pelo Instituto Barão de Itararé e a Altercom, com patrocínio da Itaipu Binacional e da Sanepar.
O encontro segue até sábado e conta com representantes de 32 países e 16 Estados brasileiros.


Programação
27 de outubro – quinta-feira, 20 horas
19 horas – abertura oficial do evento no Centro de Recepção de Visitantes (CRV) de Itaipu
- Coquetel e iluminação da barragem de Itaipu
28 de outubro – sexta-feira
9 horas – Debate: “O papel das novas mídias”
- Ignácio Ramonet – criador do Le Monde Diplomatique e autor do livro “A explosão do jornalismo”;
- Kristinn Hrafnsson – porta-voz do WikiLeaks;
- Dênis de Moraes – autor do livro “Mutações do visível: da comunicação de massa à comunicação em rede”;
- Luis Nassif – jornalista e blogueiro;
* Mesa dirigida por Natalia Vianna (Agência Pública) e Tatiane Pires (blogueira do RS)
14 horas – Painel: “Experiências nos EUA e Europa”
- Pascual Serrano – blogueiro e fundador do sítio Rebelión (Espanha);
- Andrés Thomas Conteris - fundador do Democracy Now em Espanhol (EUA);
- Henrique Palma – criador do blog “A perdre La raison” (França) ;
- Jillian York – blogueira, colunista do Huffington Post, Guardian e da TV Al Jazeera (EUA);
* Mesa dirigida por Renata Mielli (Barão de Itararé) e Altino Machado (blogueiro do Acre);
16 horas – Painel: “Experiências na Ásia e África”.
- Ahmed Bahgat – blogueiro e ativista digital na “revolta do mundo árabe” (Egito);
- Atanu Dey – blogueira da Índia e especialista em Tecnologia da Informação (Índia);
- Pepe Escobar – jornalista e colunista do sítio Ásia Times Online (Japão);
- Mar-Jordan Degadjor – blogueiro e diretor da ONG África para o Futuro (Gana);
* Mesa dirigida por Renato Rovai (Altercom) e Sérgio Telles (blogueiro do Rio de Janeiro);
Dia 29 de outubro – sábado
9 horas – Painel: “Experiências na América Latina”.
- Iroel Sánchez – blogueiro da página La Pupila Insomne e do sítio CubaDebate (Cuba);
- Osvaldo Leon – editor sítio da Agência Latinoamericana de Informação – Alai (Equador);
- Martin Becerra – professor universitário e blogueiro (Argentina);
- Jesse Freeston – blogueiro e ativista dos direitos humanos (Honduras);
- Luis Navarro (Editor do jornal La Jornada – México)
- Martin Granovsky (Editor Especial do jornal Página 12 – Argentina)
* Mesa dirigida por Sérgio Bertoni (blogueiro do Paraná) e Cido Araújo (blogueiro de São Paulo);
14 horas – Painel: “As experiências no Brasil”
- Leandro Fortes – jornalista da revista CartaCapital, blogueiro e da comissão nacional do BlogProg;
- Esmael Moraes – criador do blog do Esmael.
- Conceição Oliveira – criadora do blog Maria Frô e tuiteira.
- Bob Fernandes – editor do sitio Terra Magazine [*];
* Mesa dirigida por Maria Inês Nassif (Carta Maior) e Daniel Bezerra (blogueiro do Ceará);
16 horas – Debate: A luta pela liberdade de expressão e pela democratização da comunicação.
– Paulo Bernardo – ministro das Comunicações do Brasil [*];
- Jesse Chacón – ex-ministro das Comunicações da Venezuela;
- Damian Loreti – integrante da comissão que elaborou a Ley de Medios na Argentina;
- Blanca Josales – ministra das Comunicações do Peru;
* Mesa dirigida por Julieta Palmeira (associação de novas mídias da Bahia) e Tica Moreno (blogueiras feministas);
18 horas – Ato de encerramento.
- Aprovação da Carta de Foz do Iguaçu (propostas e organização).

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Política


Nossa missão: envolver-nos!

Publicado em 08.10.2011 – Por Michael Moore, na Adital*

Nova York tem oito milhões de habitantes; um milhão vive na pobreza. É uma vergonha!

E, no entanto, o sistema não se detém. Não importa quanta vergonha possamos sentir; a maquinaria vai adiante, para fazer mais dinheiro. Novas maneiras de trapacear com as aposentadorias; de roubar ainda mais. Porém, algo está acontecendo em Liberty Plaza.

Estive em Liberty Plaza para escrever um par de notas. E voltarei. Estão fazendo um grande trabalho lá. E estão recebendo cada vez mais apoio. Em uma dessas noites, o sindicato de empregados de transportes –os condutores de ônibus, condutores da metropolitana- voltou com entusiasmo para dar sustentação ao protesto. Há três dias, 700 pilotos de linha –sobretudo de United e de Continental- marcharam por Wall Street. Não sei se deu para assistir na TV.

Sei como esteve a cobertura aqui; mostraram apenas uns poucos hippies que tocavam tambores – coisas típicas que os jornais buscam. Por favor, que Deus abençoe os hippies que tocam seus tambores! Mas, eu lhes digo o que vi naquela praça. Vi jovens e anciãos; gente de todo tipo e de todas as cores e de todas as religiões. Vi também as pessoas que votam por Ron Paul (o candidato presidencial ultraconservador que quer abolir o Banco Central). Quero dizer, era um grupo de gente de todo tipo. Estavam pessoas enfermas; estavam os professores. Hoje, haverá manifestação: também os condutores de ônibus e da metropolitana marcharão de novo pela Wall Street. Escutei dizer que a UAW (sindicato dos operários automotivos) está pensando em algo parecido. Pensem! Seu pior pesadelo se converterá em realidade.

Os hippies e os operários automotivos que marcham juntos! As pessoas entenderam. E toda essa história sobre as divisões internas... Não interessa às pessoas. Porque dessa vez trata-se de seus próprios filhos que correm o risco de não poder ir à escola. Dessa vez correm o risco de ficar sem casa.

Essa é a verdade que está em jogo!

Porém, o que me parece mais estranho e bizarro, de parte dos ricos, é como puderam exceder-se tanto.

Quero dizer: ia tudo muito bem para eles. Mas, para eles não era o bastante. Para os novos ricos não era o bastante. Os novos ricos que não fizeram fortuna graças a uma boa ideia; nem graças a uma invenção; nem ao seu próprio suor; nem com seu trabalho...

Os novos ricos que enriqueceram com o dinheiro dos outros; com o que jogaram como se fossem ao cassino. Dinheiro, mais dinheiro. E agora, temos uma geração de jovens cujos heróis são os dos canais de TV de negócios: aqueles que enriqueceram fazendo dinheiro sobre os que fazem dinheiro.

Porém, de quantos jovens que comecem a trabalhar para salvar esse planeta necessitamos?

Para encontrar a cura para todos esses males. Para encontrar uma maneira de levar água e serviços higiênicos aos milhares de pessoas sobre essa terra...

Isso é o que queria. Que, em vez de que as 400 pessoas mais ricas desse país tenham mais riqueza, sejam os 150 milhões de estadunidenses todos juntos os que estejam em melhor situação. Dirão: essa é uma das cifras que Michael Moore joga sem fundamento. Porém, é uma estatística certa: verificada por Forbes e por PolitiFact.

As 400 pessoas mais ricas dos Estados Unidos são mais ricos que os 150 milhões todos juntos! E isso não pode ser chamado de democracia!

A democracia implica em igualdade: eu não digo que cada pedaço da torta deve ser da mesma medida; porém, será que não exageraram?

Agora, há essa boa notícia. Porque até que alguém desafie nossa democracia –enquanto a Constituição se mantenha intacta-, quer dizer que cada um de nós terá o mesmo direito de voto que os senhores de Wall Street: um voto por pessoa.

E eles poderão comprar todos os candidatos que queiram; porém, sua mão guiará a nossa mão quando estivermos no quarto escuro.

A mensagem de gritar forte é fazer chegar aos milhões de pessoas que se deram por vencidas ou que foram convencidas por ignorância-. Conseguiremos fazer chegar nossa mensagem aos 400 será o pior pesadelo. Porque só sabem fazer contas!

Nós somos muitos mais que eles. Depende somente de nós. Basta de despertar-se pela manhã e dizer "ok”. Agora, basta! Decidi envolver-me. Essa agora é a nossa missão: envolver-nos. Por isso, lhes digo: apóiem o protesto de Liberty Plaza!

[Tradução da Adital. O texto é o testemunho de Moore durante a apresentação do seu último livro em ST. Marks Bookstore].

 Publicado em: piratininga.org.br


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tragédias na hora do almoço



Justiceiros arrastando um homem para a morte, com o som dos seus apelos desesperados pela vida, das ordens de atirar (e em que parte específica do corpo), dos tiros, das recomendações para crianças saírem de perto e finalmente as chamas consumindo a vítima. Pode haver algo mais escabroso para ser mostrado em qualquer horário?

(*) Artigo publicado originalmente na Revista do Brasil, edição de outubro de 2011.

Muita gente ainda almoça em casa no Brasil, embora o hábito venha diminuindo nos últimos anos por conta das dificuldades cada vez maiores de deslocamento em quase todas as cidades.

Mas além dos que trabalham fora e ainda têm essa possibilidade há crianças, jovens, idosos, donas de casa e pessoas com outros tipos de afazeres que seguem almoçando em casa todos os dias.

Sem dúvida, um privilégio. Salvo por um pequeno senão: a TV ligada nesse horário. Na tela, muitas cenas são incompatíveis com uma refeição saudável. 

Por exemplo: justiceiros arrastando um homem para a morte, com o som dos seus apelos desesperados pela vida, das ordens de atirar (e em que parte específica do corpo), dos tiros, das recomendações para crianças saírem de perto e finalmente as chamas consumindo a vítima. 

Pode haver algo mais escabroso para ser mostrado em qualquer horário? Essas cenas foram exibidas perto do meio-dia no programa “Cardinot Aqui na Clube”, da TV Clube, afiliada da Bandeirantes em Recife. É apresentado por Josley Cardinot que tem contra ele uma ação na justiça por mostrar, anteriormente, conteúdos semelhantes no programa “Bronca Pesada”, então transmitido pelo canal local do SBT.

E não adianta mudar de estação. As diferenças entre os programas são muito pequenas. Um copia o outro. No caso de Pernambuco, na hora do almoço a TV Jornal (SBT) apresenta agora o “Plantão 190” e a TV Tribuna (Record) o “Ronda Geral”, também policialescos. 

Como se vê a frase "o melhor controle é o controle remoto" é um simples jogo de palavras para eximir os concessionários de canais de TV de suas responsabilidades éticas e sociais. Dá-se a eles uma liberdade absoluta, inexistente em qualquer outra atividade profissional.

Não se trata de censurar a informação sobre um grave fato policial mas de ressaltar a possibilidade de uma notícia como essa ser transmitida de forma menos agressiva. O telespectador tem o direito de ser informado sobre a execução cometida por justiceiros sem, no entanto, se submeter à violência das cenas exibidas. Ainda mais diante da constatação de que quando se liga a TV, nunca se sabe o que vem pela frente. E, para muitos, o susto é enorme. A TV não é como o jornal, cuja noção do que publica se sabe antes de comprá-lo. A TV entra em nossas casas sem pedir licença, basta apertar o botão. Dai a necessidade de um controle público mais rigoroso.

As respostas da sociedade a esse tipo de programa ainda são tímidas. No Recife, uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público, a pedido de várias organizações de defesa dos direitos humanos contra o programa “Bronca Pesada”, arrasta-se há anos sem solução.

Agora, diante das imagens da execução de um homem, mostradas pela TV Clube, novas ações devem ser propostas. O Centro de Cultura Luiz Freire gravou as cenas e as exibiu para os deputados que integram a Frente Parlamentar da Comunicação do Estado, tentando sensibilizá-los para o problema.

Sem uma lei moderna que coíba esse tipo de abuso e de um órgão regulador com poderes para aplicá-la, como ocorre na Europa, restam poucas alternativas de resposta dos cidadãos às emissoras.

Até hoje apenas uma atingiu os efeitos desejados. A decisão judicial que tirou do ar, por 30 dias, o programa João Kleber, apresentado pela Rede TV. Em lugar das humilhações impostas principalmente a homossexuais, a emissora foi obrigada a transmitir no mesmo horário produções realizadas por entidades defensoras dos direitos humanos. A audiência, é bom frisar, não caiu, desmentido a afirmação repetida à exaustão de que o público gosta de baixarias.

Mas esse é um exemplo único. Muito pouco diante da quantidade de programas que, diariamente, em todo o país seguem contribuindo para a banalização da violência e a expansão da incivilidade.

Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial). Twitter: @lalolealfilho.

Discurso de Slavoj Žižek aos manifestantes do movimento Occupy Wall Street



Slavoj Žižek visitou a Liberty Plaza, em Nova Iorque, para falar ao acampamento de manifestantes do movimento Occupy Wall Street (Ocupe Wall Street), que vem protestando contra a crise financeira e o poder econômico norte-americano desde o início de setembro deste ano.
Publicado no blog boitempoeditorial.Tradução de Rogério Bettoni. Versão original em inglês, disponível no site da Verso Books .
Não se apaixonem por si mesmos, nem pelo momento agradável que estamos tendo aqui. Carnavais custam muito pouco – o verdadeiro teste de seu valor é o que permanece no dia seguinte, ou a maneira como nossa vida normal e cotidiana será modificada. Apaixone-se pelo trabalho duro e paciente – somos o início, não o fim. Nossa mensagem básica é: o tabu já foi rompido, não vivemos no melhor mundo possível, temos a permissão e a obrigação de pensar em alternativas. Há um longo caminho pela frente, e em pouco tempo teremos de enfrentar questões realmente difíceis – questões não sobre aquilo que não queremos, mas sobre aquilo que QUEREMOS. Qual organização social pode substituir o capitalismo vigente? De quais tipos de líderes nós precisamos? As alternativas do século XX obviamente não servem.
Então não culpe o povo e suas atitudes: o problema não é a corrupção ou a ganância, mas o sistema que nos incita a sermos corruptos. A solução não é o lema “Main Street, not Wall Street”, mas sim mudar o sistema em que a Main Street não funciona sem o Wall Street. Tenham cuidado não só com os inimigos, mas também com falsos amigos que fingem nos apoiar e já fazem de tudo para diluir nosso protesto. Da mesma maneira que compramos café sem cafeína, cerveja sem álcool e sorvete sem gordura, eles tentarão transformar isto aqui em um protesto moral inofensivo. Mas a razão de estarmos reunidos é o fato de já termos tido o bastante de um mundo onde reciclar latas de Coca-Cola, dar alguns dólares para a caridade ou comprar um cappuccino da Starbucks que tem 1% da renda revertida para problemas do Terceiro Mundo é o suficiente para nos fazer sentir bem. Depois de terceirizar o trabalho, depois de terceirizar a tortura, depois que as agências matrimoniais começaram a terceirizar até nossos encontros, é que percebemos que, há muito tempo, também permitimos que nossos engajamentos políticos sejam terceirizados – mas agora nós os queremos de volta.
Dirão que somos “não americanos”. Mas quando fundamentalistas conservadores nos disserem que os Estados Unidos são uma nação cristã, lembrem-se do que é o Cristianismo: o Espírito Santo, a comunidade livre e igualitária de fiéis unidos pelo amor. Nós, aqui, somos o Espírito Santo, enquanto em Wall Street eles são pagãos que adoram falsos ídolos.
Dirão que somos violentos, que nossa linguagem é violenta, referindo-se à ocupação e assim por diante. Sim, somos violentos, mas somente no mesmo sentido em que Mahatma Gandhi foi violento. Somos violentos porque queremos dar um basta no modo como as coisas andam – mas o que significa essa violência puramente simbólica quando comparada à violência necessária para sustentar o funcionamento constante do sistema capitalista global?
Seremos chamados de perdedores – mas os verdadeiros perdedores não estariam lá em Wall Street, os que se safaram com a ajuda de centenas de bilhões do nosso dinheiro? Vocês são chamados de socialistas, mas nos Estados Unidos já existe o socialismo para os ricos. Eles dirão que vocês não respeitam a propriedade privada, mas as especulações de Wall Street que levaram à queda de 2008 foram mais responsáveis pela extinção de propriedades privadas obtidas a duras penas do que se estivéssemos destruindo-as agora, dia e noite – pense nas centenas de casas hipotecadas…
Nós não somos comunistas, se o comunismo significa o sistema que merecidamente entrou em colapso em 1990 – e lembrem-se de que os comunistas que ainda detêm o poder atualmente governam o mais implacável dos capitalismos (na China). O sucesso do capitalismo chinês liderado pelo comunismo é um sinal abominável de que o casamento entre o capitalismo e a democracia está próximo do divórcio. Nós somos comunistas em um sentido apenas: nós nos importamos com os bens comuns – os da natureza, do conhecimento – que estão ameaçados pelo sistema.
Eles dirão que vocês estão sonhando, mas os verdadeiros sonhadores são os que pensam que as coisas podem continuar sendo o que são por um tempo indefinido, assim como ocorre com as mudanças cosméticas. Nós não estamos sonhando; nós acordamos de um sonho que está se transformando em pesadelo. Não estamos destruindo nada; somos apenas testemunhas de como o sistema está gradualmente destruindo a si próprio. Todos nós conhecemos a cena clássica dos desenhos animados: o gato chega à beira do precipício e continua caminhando, ignorando o fato de que não há chão sob suas patas; ele só começa a cair quando olha para baixo e vê o abismo. O que estamos fazendo é simplesmente levar os que estão no poder a olhar para baixo…
Então, a mudança é realmente possível? Hoje, o possível e o impossível são dispostos de maneira estranha. Nos domínios da liberdade pessoal e da tecnologia científica, o impossível está se tornando cada vez mais possível (ou pelo menos é o que nos dizem): “nada é impossível”, podemos ter sexo em suas mais perversas variações; arquivos inteiros de músicas, filmes e seriados de TV estão disponíveis para download; a viagem espacial está à venda para quem tiver dinheiro; podemos melhorar nossas habilidades físicas e psíquicas por meio de intervenções no genoma, e até mesmo realizar o sonho tecnognóstico de atingir a imortalidade transformando nossa identidade em um programa de computador. Por outro lado, no domínio das relações econômicas e sociais, somos bombardeados o tempo todo por um discurso do “você não pode” se envolver em atos políticos coletivos (que necessariamente terminam no terror totalitário), ou aderir ao antigo Estado de bem-estar social (ele nos transforma em não competitivos e leva à crise econômica), ou se isolar do mercado global etc. Quando medidas de austeridade são impostas, dizem-nos repetidas vezes que se trata apenas do que tem de ser feito. Quem sabe não chegou a hora de inverter as coordenadas do que é possível e impossível? Quem sabe não podemos ter mais solidariedade e assistência médica, já que não somos imortais?
Em meados de abril de 2011, a mídia revelou que o governo chinês havia proibido a exibição, em cinemas e na TV, de filmes que falassem de viagens no tempo e histórias paralelas, argumentando que elas trazem frivolidade para questões históricas sérias – até mesmo a fuga fictícia para uma realidade alternativa é considerada perigosa demais. Nós, do mundo Ocidental liberal, não precisamos de uma proibição tão explícita: a ideologia exerce poder material suficiente para evitar que narrativas históricas alternativas sejam interpretadas com o mínimo de seriedade. Para nós é fácil imaginar o fim do mundo – vide os inúmeros filmes apocalípticos –, mas não o fim do capitalismo.
Em uma velha piada da antiga República Democrática Alemã, um trabalhador alemão consegue um emprego na Sibéria; sabendo que todas as suas correspondências serão lidas pelos censores, ele diz para os amigos: “Vamos combinar um código: se vocês receberem uma carta minha escrita com tinta azul, ela é verdadeira; se a tinta for vermelha, é falsa”. Depois de um mês, os amigos receberam a primeira carta, escrita em azul: “Tudo é uma maravilha por aqui: os estoques estão cheios, a comida é abundante, os apartamentos são amplos e aquecidos, os cinemas exibem filmes ocidentais, há mulheres lindas prontas para um romance – a única coisa que não temos é tinta vermelha.” E essa situação, não é a mesma que vivemos até hoje? Temos toda a liberdade que desejamos – a única coisa que falta é a “tinta vermelha”: nós nos “sentimos livres” porque somos desprovidos da linguagem para articular nossa falta de liberdade. O que a falta de tinta vermelha significa é que, hoje, todos os principais termos que usamos para designar o conflito atual – “guerra ao terror”, “democracia e liberdade”, “direitos humanos” etc. etc. – são termos FALSOS que mistificam nossa percepção da situação em vez de permitir que pensemos nela. Você, que está aqui presente, está dando a todos nós tinta vermelha.
Para aqueles que se interessaram pelo conteúdo do discurso, recomendamos a leitura de Primeiro como tragédia, depois como farsa (Boitempo, 2011), livro no qual Žižek discute a crise financeira de 2008 e a hipótese do comunismo em nossos dias atuais. O livro já está à venda em versão eBook na Livraria Cultura e na Gato Sabido. Confira outros títulos disponíveis no formato em nossa página de eBooks.
Curiosidade: a camiseta vermelha que Žižek usa durante seu discurso foi um presente da Boitempo ao filósofo, durante sua última passagem pelo Brasil em maio deste ano. Ela estampa a caricatura de Karl Marx e Friedrich Engels feita por Cássio Loredano para a capa de A ideologia alemã.
  ***
Slavoj Žižek  nasceu na cidade de Liubliana, Eslovênia, em 1949. É filósofo, psicanalista e um dos principais teóricos contemporâneos. Transita por diversas áreas do conhecimento e, sob influência principalmente de Karl Marx e Jacques Lacan, efetua uma inovadora crítica cultural e política da pós-modernidade. Professor da European Graduate School e do Instituto de Sociologia da Universidade de Liubliana, Žižek preside a Society for Theoretical Psychoanalysis, de Liubliana, e é um dos diretores do centro de humanidades da University of London. Dele, a Boitempo publicou Bem-vindo ao deserto do Real! (2003), Às portas da revolução (escritos de Lenin de 1917) (2005), A visão em paralaxe (2008), Lacrimae rerum (2009) e os mais recentes Em defesa das causas perdidas e Primeiro como tragédia, depois como farsa(ambos de 2011). Colabora com o Blog da Boitempo mensalmente, às segundas-feiras.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Mazelas da educação e do jornalismo

Fotografia Taís Ferreira

Artigo de Rogério Hilário/Vicente Paulo dos Anjos - Diretores do SJPMG
Publicado no jornal Pauta 173


Ao se negar a aplicar os recursos públicos – impostos pagos pelo cidadão – na educação, o governo de Minas Gerais constrói a curto, médio e longo prazos, o aumento da violência no nosso Estado, além de retardar o nosso desenvolvimento. Seguindo a mesma lógica, os proprietários da mídia também optam por poupar o governo, ao deixar de tratar o tema educação pública com mais profundidade e compromisso com todo o povo mineiro.


Nós jornalistas, talvez pela remota possibilidade de uma greve da categoria, face à pressão do governo do Estado sobre as redações e/ou por interesses inconfessáveis dos donos da mídia, produzimos uma cobertura na maioria das vezes equivocada da paralisação dos educadores de Minas Gerais.


Desde o dia 8 de junho, os trabalhadores em educação estão de braços cruzados pelo cumprimento de uma lei federal, que a administração estadual interpreta de forma claramente prejudicial aos profissionais do ensino e, sobretudo, às crianças, adolescentes e jovens. Será que é difícil entender que o piso de R$ 712, 20 para 24 horas semanais de aula, que nivela por baixo toda uma categoria e acaba com a carreira do magistério, é inaceitável? Ou que o subsídio, que traz as mesmas armadilhas, também é um absurdo?


Não é admissível que, diante deste quadro de precariedade das escolas, onde falta investimento e sobra violência e desprezo, o mais importante para a mídia, que influencia a opinião de boa parte da população, seja o congestionamento. Afinal, engarrafamentos acontecem, por incompetência na administração do trânsito, todos os dias. E nem por isso há questionamentos mais contundentes. Aliás, educação pública só dá pauta quando há greves, agressões ou furtos em escolas.


Há mais de 40 anos os profissionais do ensino público em Minas Gerais travam verdadeiras batalhas contra governos que, incompetentes e insensíveis, insistem em destruir a educação, talvez com o objetivo de privatizá-la.


O povo mineiro precisa acordar: o governo recolhe impostos e não aplica na educação, obrigando o contribuinte a pagar escola privada para seus filhos. Portanto, o contribuinte paga duas vezes pelo mesmo serviço.


A realidade da educação pública em Minas explica o aumento da violência no nosso Estado, em praticamente todo o seu território. Os recursos que hoje não são investidos no setor serão gastos no futuro com os presidiários, exatamente as crianças, adolescentes e jovens aos quais é negada uma escola pública de qualidade.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Tata Amaral, ganha Candango de melhor filme

O filme "Hoje", de Tata Amaral, ganhou como o melhor longa pelo júri oficial do 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.Também foi premiado com melhor direção de arte, fotografia e melhor roteiro, além do prêmio de melhor atriz para Denise Fraga, que, em discurso, agradeceu a Amaral a oportunidade de fazer um papel dramático forte.
"Estou especialmente feliz porque sei que esse é um trabalho muito importante. Obrigada, Tata, por confiar em mim para contar junto com você essa história tão necessária", disse. Fraga já havia recebido o mesmo troféu em 1995 pelo filme "Felicidade É...".

O filme retrata o período da ditadura militar sob uma perspectiva intimista de uma ex-militante política. Com a premiação, Amaral se tornou a quinta mulher a dirigir um filme vencedor do Festival.

Já o filme "Meu País", de André Ristum, ganhou como melhor filme pelo júri popular e nas categorias de direção, montagem, trilha sonora e melhor ator para Rodrigo Santoro, que dedicou o troféu a seu pai. "O reconhecimento do Festival de Brasília tem um valor enorme pra mim", afirmou. Esta é a segunda vez que ele recebe o título, conquistado também em 2000 com "Bicho de Sete Cabeças", de Laís Bodanzky.

O prêmio de melhor ator coadjuvante foi para Ramon Vane, por "O Homem que Não Dormia", de Edgard Navarro", e a melhor atriz coadjuvante foi Gilda Nomacce, por "Trabalhar Cansa", de Juliana Rojas e Marco Dutra.

O documentário "As Hiper Mulheres", de Leonardo Sette, Takumã Kuikuro e Carlos Fausto recebeu o prêmio de melhor som. Já o filme "Vou Rifar Meu Coração" saiu do festival sem qualquer premiação.

Entre os curtas-metragens, a premiação foi pulverizada. O título vencedor de melhor filme e melhor direção foi "L", de Thaís Fujinaga. Já o curta mais premiado foi "A Fábrica", de Aly Muritiba, que levou troféus de melhor filme pelo júri popular, melhor roteiro e melhor atriz.


CONFIRA premiação oficial do 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro:


COMPETIÇÃO DE LONGAS-METRAGENS
MELHOR LONGA-METRAGEM (JÚRI OFICIAL) - R$ 250.000,00
"Hoje", de Tata Amaral
MELHOR LONGA-METRAGEM (JÚRI POPULAR) - R$ R$ 20.000,00 E PRÊMIO EXIBIÇÃO TV BRASIL - R$ 50.000,00
"Meu País", de André Ristum
MELHOR DIREÇÃO - R$ 20.000,00
André Ristum, por "Meu País"
MELHOR ATOR - R$ 5.000,00
Rodrigo Santoro, por "Meu País"
MELHOR ATRIZ - R$ 5.000,00
Denise Fraga, por "Hoje"
MELHOR ATOR COADJUVANTE - R$ 3.000,00
Ramon Vane, por "O Homem que Não Dormia"
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE - R$ 3.000,00
Gilda Nomacce, por "Trabalhar Cansa"
MELHOR ROTEIRO - R$ 5.000,00
Jean-Claude Bernardet, Rubens Rewald e Felipe Sholl, por "Hoje"
MELHOR FOTOGRAFIA - R$ 5.000,00
Jacob Solitrenick, por "Hoje"
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE - R$ 5.000,00
Vera Hamburguer, por "Hoje"
MELHOR TRILHA SONORA - R$ 5.000,00
Patrick de Jongh, por "Meu País"
MELHOR SOM - R$ 5.000,00
Mahajugi Kuikuro, Munai Kuikuro e Takumã Kuikuro, por "As Hiper Mulheres"
MELHOR MONTAGEM - R$ 5.000,00
Paulo Sacramento, por "Meu País"
COMPETIÇÃO DE CURTAS-METRAGENS
MELHOR FILME DE CURTA METRAGEM (JÚRI OFICIAL) - R$ 20.000,00
"L", de Thais Fujinaga
MELHOR FILME DE CURTA-METRAGEM (JÚRI POPULAR) - R$ R$ 10.000,00 E PRÊMIO EXIBIÇÃO TV BRASIL - R$ 10.000,00
"A Fábrica", de Aly Muritiba
MELHOR DIREÇÃO - R$ 5.000,00
Thais Fujinaga, por "L"
MELHOR ATOR - R$ 3.000,00
Horacio Camandulle, por "De Lá Pra Cá"
MELHOR ATRIZ - R$ 3.000,00
Eloina Duvoisin, por "A Fábrica"
MELHOR ROTEIRO - R$ 3.000,00
Aly Muritiba, por "A Fábrica"
MELHOR FOTOGRAFIA - R$ 3.000,00
André Miranda, por "Imperfeito"
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE - R$ 3.000,00
Raquel Rocha, por "Premonição"
MELHOR TRILHA SONORA - R$ 3.000,00
Ilya São Paulo, por "Ser Tão Cinzento"
MELHOR SOM - R$ 3.000,00
Kiko Ferraz, por "De Lá Pra Cá"
MELHOR MONTAGEM - R$ 3.000,00
Wallace Nogueira e Henrique Dantas, por "Ser Tão Cinzento"
*COMPETIÇÃO DE CURTAS-METRAGENS DE ANIMAÇÃO *
MELHOR FILME DE CURTA METRAGEM DE ANIMAÇÃO (JÚRI POPULAR) - R$ 10.000,00 E PRÊMIO EXIBIÇÃO TV BRASIL - R$ 10.000,00
"Rái Sossaith", de Thomate
MELHOR FILME DE CURTA METRAGEM DE ANIMAÇÃO (JÚRI OFICIAL) - R$ 20.000,00
"Céu, Inferno e Outras Partes do Corpo", de Rodrigo John

Informações de AMANDA QUEIRÓS

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Durante a Semana Internacional pela Democratização da Mídia, de 17 a 19 de outubro, será anunciado o novo Marco Regulatório das Comunicações. Ele está aberto à consulta pública até o dia 7 de outubro no link: www.comunicacaodemocratica.org.br

Após essa data, a consolidação será efetivada e divulgada no dia 18 de outubro, Dia Mundial da Democratização da Comunicação.
Qualquer cidadão pode entrar no link e participar da consolidação da nova plataforma do marco regulatório, veja as dicas abaixo.

* Na página A Plataforma você pode ler o texto completo. Clique nos títulos de cada parte ou de cada diretriz para contribuir em relação àquele item;

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