“Ao final, estabelecemos, por exemplo, que o "off" não é proibido, mas só deve ser usado em situações especiais, que estão estabelecidas no manual”, avalia a diretora de Jornalismo, Nereide Beirão. Para ela, o resultado final terá um efeito libertador, em vez de criar amarras para o trabalho jornalístico. “O Manual conseguiu refletir os nossos princípios e valores e dar parâmetros para o jornalismo”, afirmou.
O grupo de trabalho responsável pela produção do texto, composto por representantes de todas as áreas, estudou manuais de dez empresas públicas de comunicação do mundo e ouviu vários especialistas. Segundo o ex-presidente da Associação Brasileira das Emissoras Públicas Educaticas e Culturais e coordenador do processo de elaboração do Manual, Antonio Achilis, todo mundo trabalhou duro na formação desse documento. “O texto se insere no papel da EBC de contribuir para a formação de uma cultura e caráter de comunicação pública. O desafio agora é internalizar o Manual na prática”, disse.
O cineasta e diretor do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia, Pola Ribeiro vai além. “O próximo manual não será apenas da EBC, mas de toda a rede de comunicação pública."
Contracorrente
O jornalista português Carlos Fino foi convidado a falar de sua experiência na emissora pública Rádio e Televisão Portuguesa. Vocês estão na contracorrente, em um mundo que caminha cada vez mais para a expansão do setor privado”, elogiou. Ele lembrou situações de crise enfrentadas pela empresa portuguesa que poderiam ser contornadas com a ajuda de um manual. “Não há linha de conduta definida para lidar com determinadas situações, se essas não estão explicitadas." No seu entendimento, uma televisão pública deve ter o compromisso de produzir o conteúdo que o mercado não consegue. “Tem que fazer diferente. Tem que responder com qualidade. Afinal, é um veículo feito para o público, com dinheiro público e deve ser controlado por ele”, defendeu.
Para o diretor-presidente da EBC, Nelson Breve, a definição de regras claras para a busca, o tratamento e a publicização da informação é imprescindível para que todos esses processos sejam feitos com integridade."Temos que primar pela perfeição, o que não é fácil, porque somos humanos e erramos, mas o erro não pode ser uma forma de justificar intenções que não são as da busca e divulgação da verdade. O cidadão tem o direito de tomar suas decisões com base nisso, com base nas informações que ele recebe”, enfatizou.
Acesse o link e saiba como fazer o download do Manual de Jornalismo da EBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário