quarta-feira, 7 de maio de 2014

Leitura Crítica da Mídia



* Taís T Ferreira

Estamos passando por um momento de falta de credibilidade na mídia. Publica-se, transmite-se qualquer coisa, e quanto mais sensacionalista, melhor. Não há responsabilidade no caso de erros, de noticiário falso, vale tudo, desde que dê Ibope. É uma mídia tendenciosa, que não investiga e não ouve as opiniões divergentes, sua opinião depende das publicidades.

No Brasil, temos uma TV com alta qualidade técnica, no nível das melhores do mundo, mas que do ponto de vista do conteúdo e da linguagem, não retrata nossa diversidade. A grande maioria da população não tem outra forma de entretenimento e informação. A televisão tem o poder de pautar vidas, hábitos e a política, além de impor medo a todos os governos.

É essa mesma imprensa, que induz pessoas ao erro, que publica notícias do seu interesse. Irresponsabilidade que se configura no pior inimigo da liberdade de imprensa, porque pode provocar reações autoritárias e danos irreversíveis. O caso mais recente é o  do linchamento de uma dona de casa.   Outro, o da brasileira na Suíça, que a maior rede de televisão brasileira transformou em manchete sem ao menos falar com as autoridades locais na Suíça.

Escrever para um jornal, fotografar, falar no rádio ou televisão e mesmo manter blogs e sites constitui uma responsabilidade social. Não se pode valer dessa posição para se difundir boatos, nem inverdades. É preciso checar, levantar o fato, mencionar ou desfazer as dúvidas e suspeitas existentes. É também preciso se garantir o direito de ser mencionada a versão da parte acusada para evitar a notícia tendenciosa.

Os erros das grandes redes de televisão vão ficar na história do nosso jornalismo. Sensacionalismo, irresponsabilidade e abuso de poder. É por esta e muitas outras, como o caso da escola de Base, o caso “Eloá”, garota morta no seqüestro, o caso da suposta agressão a uma brasileira na Suiça, o recente caso de linchamento, entre tantos outros, que é mais que necessário seguir o exemplo de emissoras de televisão como a BBC, de Londres, onde os responsáveis pela tv têm que responder ao público em programa ao vivo sobre seus erros e acertos. Afinal, as redes de televisão são concessões públicas e os cidadãos têm o direito de questioná-las em seus erros, assim como os responsáveis têm o dever de prestar as informações como qualquer outro serviço público.

* Taís é webjornalista,  editora do blog CINE JORNALISMO EM PAUTA, entre outros.
   artigo já publicado anteriormente


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