quinta-feira, 28 de agosto de 2008
CARTA DE SÃO PAULO
Os jornalistas brasileiros, reunidos no 33º Congresso Nacional da categoria, realizado na cidade de São Paulo, de 20 a 24 de agosto de 2008, para discutir o tema O Jornalismo, o mundo do trabalho e a liberdade de imprensa, manifestam publicamente à Nação brasileira a preocupação com os constantes ataques à profissão de jornalista, à democracia na comunicação e à liberdade de expressão e de imprensa.
No momento em que se comemora os 200 anos de imprensa no Brasil, o direito da sociedade brasileira de ter acesso à informação de qualidade, plural e democrática está seriamente ameaçado pela mais contundente ofensiva de desregulamentação da profissão dos jornalistas: a tentativa de eliminar a exigência da formação específica em Jornalismo para o exercício profissional. O ensino superior em Jornalismo é o alicerce sobre o qual se constitui legalmente a profissão há quase 40 anos. É uma conquista da categoria e da sociedade brasileira, fruto de um século de luta pela qualificação e pela consolidação do jornalismo como uma atividade de interesse público e um instrumento de fortalecimento da democracia.
Os jornalistas denunciam publicamente a tentativa de grande parte dos empresários dos meios de comunicação de confundir a opinião pública quanto à importância da regulamentação de nossa profissão. Na verdade, o jornalista atua como um mediador das diversas opiniões que constituem a esfera pública contemporânea e, por dever ético, não expressa opinião pessoal nas notícias e reportagens que produz. A mesma tentativa de manipulação se dá em relação ao Conselho Federal de Jornalistas que, além de constituir uma instância de organização profissional, a exemplo de outras categorias, é um mecanismo a serviço da sociedade para garantia do exercício ético da profissão.
O 33º Congresso Nacional dos Jornalistas, em decisão histórica, aprovou a criação da Comissão Nacional pela Igualdade Racial e selou um compromisso pela superação de todas as formas de assédio e discriminação no ambiente de trabalho e social. Os jornalistas brasileiros também repudiam as diversas formas de aviltamento da profissão, que se manifestam na sobrejornada, no acúmulo de funções, na desvalorização salarial, na terceirização de serviços, no desrespeito à condição de autor e na perda dos direitos sociais e trabalhistas pela contratação de jornalistas como pessoa jurídica. A precarização das relações de trabalho é uma prática que não espelha a realidade econômica das empresas de comunicação que, ano após ano, vêm apresentando lucros.
O problema se agrava com a oligopolização da comunicação no Brasil. Oito famílias e grandes corporações controlam a grande mídia nacional. A concentração dos meios de comunicação, facilitada pela propriedade cruzada, não apenas reduz postos de trabalho e obriga o jornalista a produzir para diversos veículos do mesmo grupo empresarial, mas restringe o direito da sociedade à pluralidade de informações.
Diante do atual cenário, os jornalistas brasileiros reafirmam a sua luta histórica pelo direito da sociedade à informação e pela liberdade de expressão e de imprensa, exigem a realização imediata de uma Conferência Nacional de Comunicação, convocada pelo governo brasileiro para discutir políticas públicas que democratizem a comunicação no Brasil, defendem a aprovação de uma lei de imprensa democrática e cobram do Estado brasileiro políticas públicas de segurança que garantam a dignidade dos cidadãos brasileiros e assegurem aos jornalistas a integridade no exercício da profissão e a liberdade de informar a sociedade em todo o território nacional.
São Paulo, 23 de agosto de 2008.
No momento em que se comemora os 200 anos de imprensa no Brasil, o direito da sociedade brasileira de ter acesso à informação de qualidade, plural e democrática está seriamente ameaçado pela mais contundente ofensiva de desregulamentação da profissão dos jornalistas: a tentativa de eliminar a exigência da formação específica em Jornalismo para o exercício profissional. O ensino superior em Jornalismo é o alicerce sobre o qual se constitui legalmente a profissão há quase 40 anos. É uma conquista da categoria e da sociedade brasileira, fruto de um século de luta pela qualificação e pela consolidação do jornalismo como uma atividade de interesse público e um instrumento de fortalecimento da democracia.
Os jornalistas denunciam publicamente a tentativa de grande parte dos empresários dos meios de comunicação de confundir a opinião pública quanto à importância da regulamentação de nossa profissão. Na verdade, o jornalista atua como um mediador das diversas opiniões que constituem a esfera pública contemporânea e, por dever ético, não expressa opinião pessoal nas notícias e reportagens que produz. A mesma tentativa de manipulação se dá em relação ao Conselho Federal de Jornalistas que, além de constituir uma instância de organização profissional, a exemplo de outras categorias, é um mecanismo a serviço da sociedade para garantia do exercício ético da profissão.
O 33º Congresso Nacional dos Jornalistas, em decisão histórica, aprovou a criação da Comissão Nacional pela Igualdade Racial e selou um compromisso pela superação de todas as formas de assédio e discriminação no ambiente de trabalho e social. Os jornalistas brasileiros também repudiam as diversas formas de aviltamento da profissão, que se manifestam na sobrejornada, no acúmulo de funções, na desvalorização salarial, na terceirização de serviços, no desrespeito à condição de autor e na perda dos direitos sociais e trabalhistas pela contratação de jornalistas como pessoa jurídica. A precarização das relações de trabalho é uma prática que não espelha a realidade econômica das empresas de comunicação que, ano após ano, vêm apresentando lucros.
O problema se agrava com a oligopolização da comunicação no Brasil. Oito famílias e grandes corporações controlam a grande mídia nacional. A concentração dos meios de comunicação, facilitada pela propriedade cruzada, não apenas reduz postos de trabalho e obriga o jornalista a produzir para diversos veículos do mesmo grupo empresarial, mas restringe o direito da sociedade à pluralidade de informações.
Diante do atual cenário, os jornalistas brasileiros reafirmam a sua luta histórica pelo direito da sociedade à informação e pela liberdade de expressão e de imprensa, exigem a realização imediata de uma Conferência Nacional de Comunicação, convocada pelo governo brasileiro para discutir políticas públicas que democratizem a comunicação no Brasil, defendem a aprovação de uma lei de imprensa democrática e cobram do Estado brasileiro políticas públicas de segurança que garantam a dignidade dos cidadãos brasileiros e assegurem aos jornalistas a integridade no exercício da profissão e a liberdade de informar a sociedade em todo o território nacional.
São Paulo, 23 de agosto de 2008.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
SÃO PAULO - CONGRESSO NACIONAL DOS JORNALISTAS
fotografias: Nivaldo Silva
*Taís Ferreira
O 33º Congresso Nacional dos Jornalistas Brasileiros debateu durante 4 dias o Jornalismo, o mundo do trabalho e a liberdade de imprensa. Participaram do evento 300 delegados eleitos democraticamente nos 31 Sindicatos de Jornalistas de todo o País, além de estudantes, observadores, autoridades nacionais e internacionais.
O Sindicato de Jornalistas Profissionais de Minas Gerais participou com delegação eleita no X Congresso Estadual realizado em São João Del Rei: Aloísio Morais (presidente do SJPMG), Arthur Lobato (diretor da Fenaj e do SJPMG) , Janaina da Mata (diretora da Fenaj e do SJPMG), Palmira Ribeiro (diretora do SJPMG – Uberlândia), Taís Ferreira (jornalista), Vera Godoy (diretora do SJPMG) e Verônica Pimenta (diretora do SJPMG).
*Taís Ferreira
O 33º Congresso Nacional dos Jornalistas Brasileiros debateu durante 4 dias o Jornalismo, o mundo do trabalho e a liberdade de imprensa. Participaram do evento 300 delegados eleitos democraticamente nos 31 Sindicatos de Jornalistas de todo o País, além de estudantes, observadores, autoridades nacionais e internacionais.
O Sindicato de Jornalistas Profissionais de Minas Gerais participou com delegação eleita no X Congresso Estadual realizado em São João Del Rei: Aloísio Morais (presidente do SJPMG), Arthur Lobato (diretor da Fenaj e do SJPMG) , Janaina da Mata (diretora da Fenaj e do SJPMG), Palmira Ribeiro (diretora do SJPMG – Uberlândia), Taís Ferreira (jornalista), Vera Godoy (diretora do SJPMG) e Verônica Pimenta (diretora do SJPMG).
As teses apresentadas pelo SJPMG e aprovadas pelo congresso nacional foram:
- Educar para a leitura crítica da mídia – Proponente: Taís Ferreira
- Direito Autoral – Um direito de todos – Proponentes: Arthur Lobato e Vera Godoy
- Sinergia, convergência de mídias, PJ: novos nomes para um velho problema – a exploração do trabalho do jornalista – Proponentes: Arthur Lobato e Taís Ferreira
- Prevenção, denúncia e combate ao assédio moral – Proponente Arthur Lobato/FENAJ
O evento aconteceu no Novotel Jaraguá São Paulo Conventions, de 20 a 24 de agosto, com painéis e oficinas sobre temas da profissão e do mundo do trabalho e a presença de especialistas brasileiros e de outros países. Além das plenárias, que debateram os principais desafios para os jornalistas e a defesa da profissão - a regulamentação e o diploma, a ética, a liberdade de imprensa, a criação do Conselho Federal dos Jornalistas, definindo a pauta política do movimento sindical da categoria para os próximos anos.
*jornalista
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
DÉLIO ROCHA É HOMENAGEADO NO CONGRESSO NACIONAL DOS JORNALISTAS
O 33º Congresso Nacional dos jornalistas brasileiros foi dedicado à memória do jornalista mineiro Délio Rocha. Na abertura do evento foi exibido um vídeo em sua homenagem. Délio foi lembrado como um dos grandes guerreiros das lutas da categoria nas últimas décadas. Délio era vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais e ex-vice-presidente Regional Sudeste da FENAJ e nos deixou em 16 de agosto.
Desde a década de 60, Délio Rocha participou das lutas do sindicato, foi por diversas vezes, diretor do SJPMG, sendo o primeiro cargo, de secretário-geral, em 1975, na gestão de Dídimo Paiva. Passou por veículos como Diário de Minas, Estado de Minas, O Sol, Jornal dos Sports, Diário do Comércio e Folha de São Paulo e jornal PAUTA. Foi assessor de imprensa no Ministério da Agricultura, nas Secretarias Estaduais da Educação e Agricultura e Palácio das Artes. Dirigiu a comunicação da Prefeitura de Belo Horizonte do Governo de Minas Gerais, cargo em que se aposentou. Foi, ainda, assessor do senador Tancredo Neves e participou de suas campanhas para o Senado, em 1978, e para o Governo do Estado, em 1982.
Fica para as novas gerações a sua luta persistente em defesa da liberdade de imprensa e do povo brasileiro. Délio foi exemplo de ética, profissionalismo e dignidade. Possuia uma memória invejável da história política brasileira, da qual fez parte até os últimos dias de sua vida como jornalista e sindicalista. Ficam suas palavras, sua firmeza de princípios na defesa de suas idéias, seus discurssos, textos e cartas, como a de São João Del Rei, pois, jornalistas que fazem e fizeram história ocupam um lugar que nem o tempo apagará.
fotografias: Arthur Lobato / Lucas Lobato / Taís Ferreira
Desde a década de 60, Délio Rocha participou das lutas do sindicato, foi por diversas vezes, diretor do SJPMG, sendo o primeiro cargo, de secretário-geral, em 1975, na gestão de Dídimo Paiva. Passou por veículos como Diário de Minas, Estado de Minas, O Sol, Jornal dos Sports, Diário do Comércio e Folha de São Paulo e jornal PAUTA. Foi assessor de imprensa no Ministério da Agricultura, nas Secretarias Estaduais da Educação e Agricultura e Palácio das Artes. Dirigiu a comunicação da Prefeitura de Belo Horizonte do Governo de Minas Gerais, cargo em que se aposentou. Foi, ainda, assessor do senador Tancredo Neves e participou de suas campanhas para o Senado, em 1978, e para o Governo do Estado, em 1982.
Fica para as novas gerações a sua luta persistente em defesa da liberdade de imprensa e do povo brasileiro. Délio foi exemplo de ética, profissionalismo e dignidade. Possuia uma memória invejável da história política brasileira, da qual fez parte até os últimos dias de sua vida como jornalista e sindicalista. Ficam suas palavras, sua firmeza de princípios na defesa de suas idéias, seus discurssos, textos e cartas, como a de São João Del Rei, pois, jornalistas que fazem e fizeram história ocupam um lugar que nem o tempo apagará.
fotografias: Arthur Lobato / Lucas Lobato / Taís Ferreira
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
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