terça-feira, 12 de outubro de 2010

Chaui prega 'boicote' à mídia para 'defender liberdade de expressão'

09/10/2010
Redação Folha de S. Paulo


A professora titular de Filosofia da USP Marilena Chaui criticou ontem veículos de imprensa em um ato em apoio à candidata do PT Dilma Rousseff na Faculdade de Direito da USP.

De acordo com reportagem do site "Rede Brasil Atual", Chaui afirmou no ato de ontem que lideranças de esquerda e do PT devem deixar de atender jornalistas da grande imprensa e realizar uma espécie de "boicote" a pedidos de entrevista.

"Para defender a liberdade de expressão, é preciso não falar com a mídia", afirmou Chaui. A professora disse no evento que a mídia abre espaços para figuras do PT e de movimentos sociais apenas para "parecer plural", porém realiza um "controle de opinião" sobre o que é publicado, segundo relato do site.

Na manifestação, Chaui afirmou ainda, sempre segundo o site, que "para que ela exista [a democracia], seria preciso que, em igualdade de condições, duas ou três ou quatro opiniões antagônicas pudessem se exprimir. O que temos é o controle da opinião e a impossibilidade da contestação".

O evento teve a participação de professores da USP e representantes de entidades de militância pró-governo, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), e reuniu cerca de 250 pessoas na Sala dos Estudantes da faculdade, segundo um dos organizadores.

De acordo com um deles,o professor de direito penal da USP Sérgio Salomão Shecaira, durante as duas horas do ato "falou-se de tudo, inclusive houve críticas à mídia".

No entanto, ele disse que "o ato era pró-Dilma, e não algo anti-imprensa".
"Atacamos bastante o PSDB, como resposta ao "Manifesto em Defesa da Democracia", lido em frente à faculdade há algumas semanas", afirmou Shecaira.

Para ele, a mídia brasileira tem problemas, sobretudo "por causa da concentração". De acordo com Shecaira, "é um absurdo a Rede Globo ter canal de televisão, emissora de rádio e jornal".

Também participaram do ato pró-Dilma outros professores de direito da USP, como Alessandro Octaviani e Otávio Pinto e Silva, além de políticos petistas, como o deputado federal reeleito Paulo Teixeira (SP) e o senador Eduardo Suplicy (SP).

Segundo diretores do centro acadêmico XI de Agosto, responsável pela sala, houve dúvida sobre a legalidade do ato, uma vez que lei eleitoral não permite a propaganda política nos bens públicos.

Inicialmente a solicitação do espaço foi feita por alunas para uma reunião de um grupo de estudo, de acordo com nota da entidade estudantil.

Os professores organizadores do ato defendem a legalidade da manifestação.

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