Ameaça de denúncias coloca a CBF e a Rede Globo em pé de guerra

18/08/2011 |

                          Redação

Correio do Brasil

Ricardo Teixeira volta ao noticiário, novamente em situação delicada

Notícias de um relacionamento não convencional entre o grupo empresarial de comunicação ligado à direita e capitaneado pela emissora de TV Globo e a direção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), divulgadas nesta quinta-feira, revelam a existência de gravações entre o presidente da instituição que comanda o futebol no país, Ricardo Teixeira, e Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esportes. Campos integra o comando da subsidiária da empresa principal, de propriedade da família Marinho, no Rio de Janeiro.

O vazamento de informação ocorre no momento em que o noticiário da emissora começa a mostrar o grau de comprometimento das obras para a Copa de 2014 e a possível existência de irregularidades nas contas da CBF. Segundo o colunista e editor de suplemento do diário conservador paulistano Folha de S.Paulo Ricardo Feltrin, “agora surgiram indícios (ou insinuações) de que a entidade máxima do futebol brasileiro tem gravações de diálogos que comprometeriam Marcelo Campos Pinto (…). Essas gravações não autorizadas foram feitas a partir de ligações telefônicas ou na própria sede da CBF. Elas revelariam quando e como a Globo manipulou o horário de partidas de times e da seleção, para atender a seus próprios interesses”.

Ainda segundo Feltrin, “Teixeira também teria gravações mostrando como Pinto e seus comandados globais agiram nos últimos anos, quando tinham acesso livre à CBF”. O jornalista aponta uma fonte como origem da denúncia, que pede anonimato, com acesso às gravações com diálogos “permeados de arrogância, prepotência e desprezo completo de Campos Pinto e seus subordinados pela concorrência”.

Uma das gravações, segundo o colunista, mostraria “emissários da Globo usando termos chulos contra Record e até contra a Band, que hoje é parceira da Globo no futebol”.

“A ameaça de levar as gravações a público teria por finalidade não só vingar Teixeira do que ele considera ‘traição’, por parte da Globo, mas também colocar a emissora numa situação delicada junto à imprensa, a parceiros e anunciantes do esporte. Algo do tipo: “eu morro, mas você vai morrer! Morrer comigo!”, ironiza o colunista.

A emissora preferiu não se manifestar, ainda, sobre o assunto, nem Teixeira negou, ou confirmou, quaisquer destas informações.