ISABELLA LACERDA E LARISSA ARANTES
FOTO: LEO FONTES - 27.9.2011
Estratégia. Empenho pela conquista de centrais sindicais ainda está descolado das causas trabalhistas
Os
dois principais candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, Marcio
Lacerda (PSB) e Patrus Ananias (PT), disputam uma corrida para
conquistar o apoio de sindicatos em suas agendas de campanha. Contudo,
ainda não têm posicionamentos claros a respeito das principais
reivindicações das categorias. Ainda é evasivo o discurso sobre
bandeiras, como a redução da jornada de trabalho e a revisão do imposto
sindical.
Ontem, Lacerda, que é empresário, se encontrou com comerciários para um almoço no restaurante do sindicato em Minas Gerais e, apesar de defender uma "gestão colaborativa" entre prefeitura e cidadãos, não detalhou os pontos da pauta trabalhista. "Acho que avanços sociais são necessários. O país reclama de uma forma muito ampla para que as pessoas tenham mais horas para o lazer. A questão do bem-estar tem que ser atacada de todas as formas", declarou. "Não é um assunto que, no meu trabalho, eu tenha tido oportunidade de analisar ou de refletir de forma mais profunda", admitiu.
Patrus Ananias também se reuniu com trabalhadores, ontem, na abertura do seminário no Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações em Minas Gerais, que é filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT). O petista também não foi além de tangenciar reivindicações das centrais.
"Também vamos estudar a questão dos trabalhadores, embora nós saibamos que não são responsabilidade da prefeitura as questões ligadas diretamente às causas trabalhistas, a não ser no caso dos servidores públicos", destacou. "É de interesse da prefeitura discutir com eles sobre as questões propostas", completou.
Economia. O equilíbrio das finanças foi apontado pelos dois candidatos como a razão primordial para analisar com cuidado a possibilidade de redução da jornada das categorias, o que demandaria a criação de novos turnos em diversos setores.
"Toda a reivindicação trabalhista legítima precisa ser avaliada, mas temos que ver até que ponto a economia suporta. Se poderia ser feito de uma vez ou de forma gradativa", pontuou o prefeito. Ele lembrou, ainda, que a realidade atual, como o tempo gasto no trânsito, eleva a importância desse tipo de debate.
O candidato do PT também adotou um tom ponderado. "A princípio, sou a favor da diminuição da jornada de trabalho. Temos que considerar, também, as exigências da questão econômica. Mas, ao mesmo tempo, é importante considerar que o trabalhador tem que ter tempo para se aprimorar. É preciso sempre buscar uma composição de interesses", disse.
Ontem, Lacerda, que é empresário, se encontrou com comerciários para um almoço no restaurante do sindicato em Minas Gerais e, apesar de defender uma "gestão colaborativa" entre prefeitura e cidadãos, não detalhou os pontos da pauta trabalhista. "Acho que avanços sociais são necessários. O país reclama de uma forma muito ampla para que as pessoas tenham mais horas para o lazer. A questão do bem-estar tem que ser atacada de todas as formas", declarou. "Não é um assunto que, no meu trabalho, eu tenha tido oportunidade de analisar ou de refletir de forma mais profunda", admitiu.
Patrus Ananias também se reuniu com trabalhadores, ontem, na abertura do seminário no Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações em Minas Gerais, que é filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT). O petista também não foi além de tangenciar reivindicações das centrais.
"Também vamos estudar a questão dos trabalhadores, embora nós saibamos que não são responsabilidade da prefeitura as questões ligadas diretamente às causas trabalhistas, a não ser no caso dos servidores públicos", destacou. "É de interesse da prefeitura discutir com eles sobre as questões propostas", completou.
Economia. O equilíbrio das finanças foi apontado pelos dois candidatos como a razão primordial para analisar com cuidado a possibilidade de redução da jornada das categorias, o que demandaria a criação de novos turnos em diversos setores.
"Toda a reivindicação trabalhista legítima precisa ser avaliada, mas temos que ver até que ponto a economia suporta. Se poderia ser feito de uma vez ou de forma gradativa", pontuou o prefeito. Ele lembrou, ainda, que a realidade atual, como o tempo gasto no trânsito, eleva a importância desse tipo de debate.
O candidato do PT também adotou um tom ponderado. "A princípio, sou a favor da diminuição da jornada de trabalho. Temos que considerar, também, as exigências da questão econômica. Mas, ao mesmo tempo, é importante considerar que o trabalhador tem que ter tempo para se aprimorar. É preciso sempre buscar uma composição de interesses", disse.
Análise
Conquista de militância poderosa é fundamental
Reuniões
com as centrais sindicais já são um pilar estratégico das campanhas dos
dois principais candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte. Contudo, o
interesse principal das coligações é a incorporação de uma militância
historicamente aguerrida, organizada e, atualmente, fundida às
estruturas partidárias.
"Hoje, nós temos um novo sindicalismo no Brasil, uma forma de neocorporativismo. As centrais sindicais não só lutam pelos interesses das categorias, mas, também, começam a influenciar diretamente o governo. A maioria das entidades se tornou partidária", analisa o cientista político Rudá Ricci.
O professor explica que é importante para os candidatos conquistar esse tipo de apoio, já que as centrais sindicais entram com "muito dinheiro". "Elas também são importantes pela contingência de militância. Os quadros profissionais que entram na campanha possuem muita força", disse. (GP)
"Hoje, nós temos um novo sindicalismo no Brasil, uma forma de neocorporativismo. As centrais sindicais não só lutam pelos interesses das categorias, mas, também, começam a influenciar diretamente o governo. A maioria das entidades se tornou partidária", analisa o cientista político Rudá Ricci.
O professor explica que é importante para os candidatos conquistar esse tipo de apoio, já que as centrais sindicais entram com "muito dinheiro". "Elas também são importantes pela contingência de militância. Os quadros profissionais que entram na campanha possuem muita força", disse. (GP)
Beatriz declarou apenas saber qual o projeto que a CUT não quer
A presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, afirmou ontem que a entidade não irá declarar apoio a um candidato específico na capital mineira. "Mas nós, representantes que formamos a CUT, sabemos, em Belo Horizonte, do projeto de governo que não nos interessa. Temos vários problemas em BH que precisam ser discutidos e resolvidos", ressaltou.
Beatriz esteve no ato com Patrus Ananias (PT), no qual o petista pediu o apoio da central. "Queremos o voto de vocês, que é importante para nós, mas queremos, também, a sugestão de vocês para os nossos projetos", discursou.
Marcio Lacerda (PSB)também disse que espera contar com a CUT e diminuiu o tom crítico adotado no início da semana. "Ela (a CUT) é historicamente alinhada ao PT, e nós precisamos respeitar isso, tanto a central CUT como o partido PT, que eu sempre respeitei", declarou. (IL e LA)
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