segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Jornalistas brasileiros atualizam Código de Ética profissional

* Taís Ferreira
Jornalistas brasileiros, reunidos em Vitória, durante Congresso Extraordinário realizado nos dias 3, 4 e 5 de agosto, aprovaram as alterações no Código de Ética da profissão, que estava em vigor desde 1985. Participaram do Congresso, delegados e observadores de 23 estados. Minas Gerais participou ativamente da atualização do código. Foram eleitos em assembléia, como delegados, Janaina Ferreira da Mata, José Milton Santos, Lidyane Ponciano, Gê Alves, Aloisio Morais e Arthur Lobato. A jornalista Taís Ferreira participou como observadora.

O debate sobre a revisão do Código ganhou destaque no 1º Seminário Nacional de Ética em Jornalismo, que reuniu em Londrina (PR), 31 Sindicatos da categoria, profissionais, professores, estudantes de jornalismo e especialistas. O 32º Congresso Nacional de Jornalistas realizado em Ouro Preto (MG) ampliou a reflexão e o debate sobre o Código, inclusive, com a decisão de abrir o debate com a sociedade, num processo de consulta pública disponibilizado através do site da Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ.

As contribuições da sociedade e dos Sindicatos da categoria foram analisadas e sistematizadas por uma Comissão Nacional eleita durante o Congresso de Ouro Preto, resultando na tese guia do Congresso Extraordinário.Nestes 20 anos de vigência do Código de Ética, a atividade profissional e a própria sociedade se transformaram. A rotina produtiva tornou-se mais intensa, o emprego de novas tecnologias da informação ampliou a atuação dos jornalistas. Ao mesmo tempo, no exercício do jornalismo convivemos com baixos salários e pressões impostas pelas empresas.

Além de revisar o Código de Ética, os jornalistas que participaram do Congresso conseguiram apresentar importantes avanços na definição da atividade jornalística. Levando em conta o reconhecimento dos direitos das minorias, a ratificação da presunção de inocência, que é um dos fundamentos da profissão, que muitas vezes não é respeitado e também algumas previsões decorrentes do avanço das novas tecnologias.O novo Código de Ética prescreve a obrigação do jornalista de informar claramente à sociedade quando seu trabalho tiver caráter publicitário ou quando utiliza recursos que modifiquem as imagens originais, como a fotomontagem.

E determina que o profissional não deve divulgar informações obtidas de maneira inadequada, como o uso de identidades falsas, câmeras escondidas ou microfones ocultos, salvo se houver a exigência de esclarecimento de informações de relevante interesse público, e desde que esgotadas todas as possibilidades convencionais.O diretor de Saúde do SJPMG e membro da diretoria executiva da FENAJ, Arthur Lobato, que coordena grupos de estudos sobre o assédio moral, defendeu a proposta de que o jornalista deve denunciar à Comissão de Ética as práticas de assédio moral no trabalho.

“É fundamental o fortalecimento e a união dos trabalhadores na denúncia dos abusos nas relações de trabalho. Além disso, para coibir a prática do assédio são necessárias campanhas de esclarecimento em palestras e seminários, pois o dano psicológico e emocional é avançado e muitas vezes são necessários anos de acompanhamento psiquiátrico e psicológico para a superação deste processo de agressão psicológica.”Quando o jornalista escreve e adota o seu código de ética, compromete-se com o melhor de si mesmo, e com as expectativas da sociedade.

A ética indica que antes de tudo devem ser honestos consigo mesmos, com uma independência sem suspeitas, apaixonados pela verdade, distantes do poder e intimamente ligados ao serviço de toda a sociedade.
O Código de Ética revisado e atualizado estará disponível no site do SJPMG e da FENAJ.
jornalista – para o site do SJPMG

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