segunda-feira, 13 de julho de 2009

A Índia que eu vi: Livro de João Avelar Lobato


Do tradicional ao contemporâneo em “A Índia que eu vi”

Editora Leitura lança livro do escritor e geógrafo João Avelar Lobato que se aventurou por uma das mais antigas culturas do mundo


O novo livro de Lobato é muito mais que um diário de bordo, é um conjunto de informações que tem relatos, pesquisas, rica bibliografia e cheiro exótico, é isso mesmo, cheiro! O autor narra de forma tão solta e franca como foi a viagem pelas cidades da Índia que aguça todos os sentidos do leitor – pelo menos na imaginação.

Reunir todas as sensações e experiências em “A Índia que eu vi” foi também uma maneira sincera para descrever as curiosidades, costumes, crenças, exuberantes roupas e comidas desse povo que mantém há milênios tradições que ainda intrigam os ocidentais.

Agora com a atual novela global “O Caminho das Índias”, os brasileiros estão ainda mais interessados pelo tema. Mas a pesquisa de Lobato não iniciou com o boom televisivo. A viagem aconteceu em 2006 quando ele e Susannah Pritchard, que tirou as fotos, moravam no Sri Lanka, país próximo que recebeu muita influência da Índia ao longo da história.

“Foi uma viagem cheia de emoções, de contratempos, desafios e, sobretudo, fascínio. Alguns momentos foram perigosos (espero não passar situações como aquelas novamente), outros confirmaram que a Índia é ainda mais do que se imagina. Ela é real, mas daquele tipo de realidade que desafia a mais viva imaginação”, relata Lobato que passou por lugares como Agra, Delhi, Spiti, Rajstão e Jaipur.

Em cada lugar que passavam eles descobriam novos “modos” e tinham de se adaptar a eles. Uma das coisas interessantes que Lobato descreve é a existência – em todos os locais – de duas filas, uma para homens, outra para mulheres. “Eu fui em uma e Susannah na outra. Depois de empurrarmos e sermos empurrados, ela conseguiu comprar as passagens primeiro. Isso foi apenas o começo de uma maratona que iria se repetir ao longo da viagem. Ninguém sabia dizer corretamente, nem mesmo a pessoa que me vendeu a passagem, onde o nosso trem iria parar e, apesar de termos os bilhetes comprados, nada garantia que teríamos lugar para sentar”.

Durante a expedição o autor também se preocupa em contextualizar o leitor, como informar que da Índia nasceram três das maiores religiões da atualidade: o hinduísmo, o budismo e o sikhismo. Segundo o autor, somados ao jainismo os seguidores dessas religiões representam um quarto da população do mundo.

Em contraponto com a riqueza cultural, tradição no campo das ciências exatas, povo gentil e hospitaleiro, o país tem uma profunda e chocante miséria social. Lobato pelo texto e Susannah pelas imagens conseguem demonstrar esse contraste. “Entre as 10 pessoas mais ricas do mundo em 2009, segundo a revista Forbes, duas são indianas. Do outro lado da moeda, 80% da população vive com menos de R$ 1 por dia”. É o conflito entre o mundo moderno e valores antigos, que, entre outras coisas, dificultam a posição da mulher na sociedade.

Na opinião de Lobato, embora o Brasil tenha uma das piores distribuições de renda do mundo, a desigualdade na Índia causa mais choque. A miséria chega a níveis indescritíveis.

O livro é ilustrado com mais de cinquenta fotos e mapas, incluindo o Taj Mahal, os fortes do deserto do Rajstão, templos budistas, hindus e mesquitas. O livro abrange a região central da Índia (incluindo Agra e Delhi); Spiti, na divisa com o Tibete; o Rajstão, a oeste; e Tâmil Nadu, ao sul. Há também capítulos dedicados a costumes, comida, vestuário, religião, cultura e história da Índia. É conhecimento puro!

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Curiosidades sobre a Índia

“Ir ao cinema na Índia é uma experiência única. Ao contrário daqui, onde o menor ruído é recriminado com violentos “psss”, lá a platéia interage com os filmes. Canta, ri, critica o violão, emociona-se com o encontro do mocinho e da donzela, levanta-se da cadeira, xinga e, às vezes, até joga comida na tela. As pessoas vão ao mesmo filme várias vezes, decoram as falas, os passos das danças, as músicas, enfim, se sentem parte daquele mundo”.
“A questão das línguas na Índia é de uma complexidade sem tamanho. Oficialmente são 22 línguas! Somadas a essas, existem outras centenas (alguns falam em 350, outros em 420) de línguas maiores e outros tantos dialetos ou línguas ‘menores’, passando das 1.600 no total”.
“Uma característica comum aos pratos é a pimenta forte que, mesmo quando pouca, nos fazia lacrimejar em algumas refeições. Para compensar, sempre vinha um acompanhamento com menos pimenta, além de uns pastéis sem recheio, e, para tirar a ardência da boca depois da refeição, curd, um iogurte natural servido com cebolas ou pepinos! É isso mesmo, acredita-se que essa combinação é boa para digestão e diminui a ardência da pimenta”.
Veja o Blog do autor em www.livrodaindia.blogspot.com
Fale com o autor: (81) 9900 2566

Taís Ferreira / jornalista
taisttf@yahoo.com.br
(31)9806-3249

Lançamento em Belo Horizonte:
Data: 16 de julho
Horário: 19 horas
Local: Leitura Megastore Pátio Savassi
Endereço: Av. do Contorno, 6061- Savassi
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A Índia que eu vi – Aventuras e histórias numa das mais antigas culturas do mundo
Autor: João Avelar Lobato
Formato: 16x23
ISBN: 978857358892-7
Peso 0.30 kg.
R$ 35,00

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